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Bento 16 será sepultado em 5 de janeiro em funeral presidido pelo papa Francisco

O papa emérito Bento 16 será sepultado em 5 de janeiro na Basílica de São Pedro, em Roma. O papa Francisco presidirá o funeral de seu antecessor, que morreu em sua residência dentro do Vaticano, neste sábado (31), aos 95 anos. Segundo o porta-voz da Santa Sé, Matteo Bruni, a cerimônia está marcada para as 9h30 pelo horário local (5h30 em Brasília).

O papa emérito Bento 16 será sepultado na Basílica de São Pedro, como os demais sumos pontífices.
O papa emérito Bento 16 será sepultado na Basílica de São Pedro, como os demais sumos pontífices. AP - Domenico Stinellis
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O corpo do pontífice emérito estará exposto a partir de segunda-feira, dia 2, na Basílica de São Pedro para receber o último adeus dos fiéis. "Segundo o desejo do papa emérito, o funeral será realizado com a maior simplicidade", detalhou o porta-voz papal.

De acordo com a Constituição Apostólica Dominici Gregis promulgada em 1996 por João Paulo II, um papa deve ser enterrado entre quatro e seis dias após sua morte. Uma regra que será respeitada ao pé da letra, já que o funeral de Bento 16 acontecerá cinco dias após sua morte.

No entanto, essa cerimônia será inédita, pois pela primeira vez na história milenar da Igreja Católica, um papa em exercício, o argentino Francisco, presidirá o funeral de outro papa, Bento 16, sem funções após renunciar ao pontificado em 2013.

Segundo especialistas em assuntos religiosos, como não existe um protocolo específico para a morte de um papa emérito, seu funeral será muito semelhante ao de um papa no cargo. 

Durante o funeral, o corpo do pontífice permanecerá à vista de todos, sobre uma sóbria tapeçaria, com paramentos litúrgicos. Algumas horas antes de seu enterro, ele será colocado em um caixão coberto por outros dois: o exterior, feito em madeira de olmo; o do meio, de chumbo; e o interior, de madeira de cipreste.

Um espaço na cripta localizada junto às catacumbas de São Pedro foi reservado para acolher o corpo de Bento 16, a menos que ele tenha deixado instruções para ser enterrado em outro lugar.

Ainda segundo as normas estabelecidas pela Constituição Apostólica, Francisco vai decretar luto oficial. Cardeais de todo mundo celebrarão eucaristias especiais durante os próximos dias.

Fim da coexistência de "dois papas"

Tradicionalmente a morte de um papa é seguida pela convocação rápida de um conclave, durante o qual os cardeais elegem um sucessor do sumo pontífice, algo que não acontecerá desta vez.

A morte de Bento 16 põe fim à inusitada coexistência de dois papas, ambos de batina branca: o alemão Ratzinger, um brilhante teólogo ultraconservador e pouco popular entre as multidões; e o argentino Jorge Bergoglio, um jesuíta que quis construir um papado dedicado aos pobres e aos migrantes.

Ratzinger, o primeiro papa alemão da era moderna, substituiu em 2005 o carismático João Paulo II, de quem havia sido braço direito por um quarto de século como chefe da Congregação para a Doutrina da Fé, o antigo Santo Ofício da Inquisição.

Em 2005, cerca de um milhão de pessoas assistiram ao funeral de João Paulo II. Mesmo se o alemão nunca alcançou a popularidade do papa polonês, seu enterro deve atrair milhares de fiéis e representantes de países de boa parte do mundo.

Homenagens

Para a chefe do governo italiano, Giorgia Meloni, o ex-pontífice foi "um gigante da Fé e da Razão", assim como "um grande homem da História que a História não esquecerá". O presidente francês, Emmanuel Macron, também prestou homenagem a Bento 16, saudando os esforços do ex-papa em favor de um "mundo mais fraterno".

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou que, com a morte do papa, o mundo perde "uma figura notável", que se caracterizou por sua "personalidade combativa". Já o presidente russo, Vladimir Putin, saudou a memória de um "defensor dos valores tradicionais cristãos".

Na mesma linha, o patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, Cirilo, descreveu Bento 16 como um "eminente teólogo" e um defensor dos "valores tradicionais". Em um comunicado, Justin Welby, arcebispo de Canterbury e chefe espiritual da Igreja anglicana, descreveu o papa emérito como "um dos maiores teólogos de seu tempo".

Nas palavras do presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, Bento 16 foi um "um grande teólogo dedicado ao serviço do próximo, da justiça e da paz".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, elogiou o papa emérito por seu "compromisso com a não-violência e a paz".

(Com informações da AFP)

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