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Forte onda de calor no sudeste asiático agrava desigualdades sociais

A onda de calor no sudeste asiático vem agravando as desigualdades sociais. Na Tailândia, as temperaturas alcançam 44°C em várias províncias e temperaturas de até 50°C são sentidas na capital Bangkok. Com temperaturas acima de 40°C, Bangladesh fechou suas escolas, apenas um dia após reabri-las. O calor afeta especialmente aqueles que já são mais vulneráveis.

Samon Phusart, 52, e o marido Lee Saehang, 68, usam ventiladores para enfrentar a forte onda de calor na Tailândia, 27/4/24.
Samon Phusart, 52, e o marido Lee Saehang, 68, usam ventiladores para enfrentar a forte onda de calor na Tailândia, 27/4/24. © REUTERS/Chalinee Thirasupa
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Nichapat tem uma barraca de legumes no mercado Luz da Lua, em Bangkok, perto do rio Chao Praya. Nos últimos dias, o calor, comum nesta época, tornou-se insuportável. Isso torna seu trabalho difícil e ameaça o sustento de sua família, como relatou à correspondente da RFI em Bangkok, Carol Isoux.

"Está tão quente... Nunca vivemos isso antes. Está chegando a 42 °C, 43 °C, 44 °C em Bangkok e nas províncias, é loucura... Meus vegetais estão apodrecendo mais rápido, tento borrifá-los com água, mas isso também pode estragá-los. Estamos perdendo dinheiro", disse a comerciante.

Embora o calor afete a todos, os mais vulneráveis são os que mais sofrem, como idosos com doenças crônicas e os mais pobres, que não têm acesso a ar-condicionado e muitas vezes precisam passar longas horas sob o sol, entre eles, vendedores ambulantes e mototaxistas.

Nas áreas rurais, a onda de calor e a seca ameaçam as colheitas e a renda dos agricultores. Nas cidades, o recorde de consumo de eletricidade devido ao ar-condicionado traz alívio para as classes médias, ao mesmo tempo em que contribui para o aumento das temperaturas externas.

Escolas fechadas em Bangladesh

Em Bangladesh, que tem 171 milhões de habitantes, o calor extremo vem causando várias mortes desde abril, informa o correspondente da RFI em Bangalore, Côme Bastin. Por isso, as escolas fecharam as portas.

A ordem dos juízes do Supremo Tribunal abrange todas as escolas primárias e escolas religiosas e é válida até quinta-feira. Depois de terem ficado fechadas toda a semana anterior, elas reabriram no domingo, mas vários estudantes e um professor sofreram mal-estar e desmaiaram.

As temperaturas ultrapassam os 43 °C em alguns lugares e em todo o país as autoridades aconselham a ficar dentro de casa. Os moradores descrevem um sol que queima como fogo e alguns trabalhadores se adaptam priorizando horários noturnos.

De acordo com os serviços meteorológicos, as temperaturas máximas médias na capital Daca estão quatro a cinco graus Celsius acima do normal. O meteorologista Muhammad Abul Kalam Mallik disse à AFP que Bangladesh enfrenta a pior onda de calor já registrada. Pelo menos sete pessoas morreram desde o início de abril.

Os meteorologistas concordam que com o aquecimento global e a urbanização, tais ondas de calor vão se tornar mais frequentes. Os habitantes de Bangladesh também são regularmente atingidos por ciclones potentes e inundações mais frequentes e intensas.

Na semana passada, as Nações Unidas disseram que a Ásia estava se aquecendo particularmente rápido, depois que temperaturas recordes foram quebradas em todo o mundo em 2023. 

O termômetro registrou 38,8°C na capital filipina, Manila, no sábado - um recorde de alta - com um índice de calor (temperatura sentida) de 45°C, de acordo com estatísticas nacionais.

Mais de 40°C foram registrados no mesmo dia em Camiling, na província de Tarlac, no noroeste do país, um recorde nacional para 2024.

Os especialistas acreditam que essas ondas de calor estão se tornando mais longas, mais intensas e mais frequentes devido ao aquecimento global. 

(com AFP)

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