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Efeitos colaterais da guerra: conflito em Gaza deixa 20 mil crianças sem escola no Líbano

O conflito entre Israel e o grupo Hezbollah, um dos principais movimentos de combate à presença israelense no Oriente Médio, “afetou gravemente” o bem-estar de milhares de crianças no sul do Líbano, onde mais de 70 escolas foram fechadas, alertou a ONU nesta terça-feira (30), apelando a “um cessar-fogo imediato”.

Crianças palestinas no pátio de uma escola da UNRWA na cidade portuária de Sidon, no sul do Líbano, em 12 de setembro de 2023. (Imagem ilustrativa)
Crianças palestinas no pátio de uma escola da UNRWA na cidade portuária de Sidon, no sul do Líbano, em 12 de setembro de 2023. (Imagem ilustrativa) © AP - Mohammad Zaatari
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“À medida que o conflito no sul do Líbano entra no seu sétimo mês, estamos profundamente alarmados com a situação das crianças e famílias que foram forçadas a abandonar as suas casas”, disse o representante do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Líbano, Edouard Beigbeder.

Em um novo relatório da instituição, Beigbeder expressou preocupação com “o impacto profundo e de longo prazo da violência na segurança, saúde e acesso à educação das crianças”.

Desde 7 de outubro, a ONU indica que mais de 92 mil pessoas, incluindo cerca de 30 mil crianças, foram deslocadas na Faixa de Gaza devido a trocas de tiros entre o Exército israelense e o movimento islâmico libanês Hezbollah, que afirma intervir em apoio ao seu aliado palestino, o Hamas, em guerra contra Israel. 

Segundo o Unicef, 20 mil estudantes foram “seriamente afetados” pelo fechamento de mais de 70 escolas e 4 mil crianças sofrem o impacto do fechamento de cerca de vinte centros de saúde.

Além das consequências da guerra, o Líbano enfrenta uma terrível crise econômica desde 2019, que mergulhou a maioria da população abaixo da linha da pobreza, segundo a ONU, e atingiu duramente o setor da educação, que era um dos orgulhos do país.

Sofrimento psicológico

O Unicef ​​​​destaca, também, o impacto emocional do conflito nas crianças e nas suas famílias, lamentando “níveis alarmantes de sofrimento psicológico”, especialmente devido aos deslocamentos, mas também aos “bombardeios” e aos “ataques aéreos incessantes”.

“Se este conflito continuar a se intensificar (...) as repercussões sobre as crianças serão devastadoras”, disse o porta-voz do Unicef, James Elder, numa conferência em Genebra, nesta terça-feira.

O número de crianças encaminhadas para programas de combate à desnutrição triplicou no ano passado, alertou Ettie Higgins, do Unicef, na conferência.

Em quase sete meses de violência, oito crianças foram mortas e outras 75 ficaram feridas no Líbano, segundo o Unicef.   “Apelamos a um cessar-fogo imediato e à proteção de todos os civis, especialmente das crianças”, disse Beigbeder. Caso contrário, "o Líbano corre o risco de uma guerra em grande escala que teria impacto devastador sobre 1,3 milhão de crianças" no país, conclui o relatório.

(Com AFP)

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