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Bento 16 expressa “comoção e vergonha” após ser acusado de inércia em casos de pedofilia na Alemanha

O papa emérito Bento16 foi acusado de não ter agido para impedir agressões sexuais contra menores nas arquidioceses que dirigia, nas décadas de 1970 e 1980. O ex-sumo pontífice rejeitou qualquer responsabilidade nos casos, mas expressou "comoção e vergonha" pelos episódios.

Bento 16 se retirou da vida pública desde sua renúncia em 2013 (foto de arquivo)
Bento 16 se retirou da vida pública desde sua renúncia em 2013 (foto de arquivo) REUTERS/Tony Gentile
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Bento 16 foi severamente criticado em um relatório independente apresentado nesta quinta-feira (20) na Alemanha, que denunciava agressões sexuais contra menores nas arquidioceses de Munique e Freising, que ele liderou entre 1977 e 1982. Segundo o documento, o então cardeal Joseph Ratzinger, antes de se tornar papa, não fez nada para afastar pelo menos quatro clérigos suspeitos de abusos sexuais contra menores.

Segundo um resumo do documento publicado pelo Vatican News, pelo menos 497 pessoas sofreram abusos na arquidiocese de Munique-Freising, em um período de quase 74 anos (de 1945 a 2019). A maioria das vítimas era do sexo masculino e 60% tinham entre 8 e 14 anos. Entre os 235 autores dos abusos estão 173 sacerdotes, nove diáconos, cinco agentes de pastoral e 48 pessoas do ambiente escolar, destaca o texto.

Em comunicado enviado aos advogados do escritório Westpfahl Spilker Wastl (WSW), autor do relatório, o papa emérito, de 94 anos e que se retirou da vida pública desde sua renúncia em 2013, rejeitou "estritamente" qualquer responsabilidade ou inação nos casos. No entanto, ele informou, por meio de seu secretário particular, monsenhor Georg Ganswein, que "expressa sua comoção e vergonha pelos abusos de menores cometidos por clérigos, e oferece sua proximidade e orações a todas as vítimas".

Ganswein disse ainda que Ratzinger não leu o relatório de 1.000 páginas que foi solicitado ao escritório WSW a pedido da igreja local. "Nos próximos dias, ele examinará o texto com a atenção necessária", concluiu o secretário.

Padres com "passado pedófilo"

Os advogados contestam a postura do papa emérito, alegando que seu argumento não é “crível”. Eles afirmam que Ratzinger estava ciente do passado pedófilo de pelo menos um dos acusados, o padre Peter Hullermann, que chegou em 1980 da Renânia do Norte-Vestfália na Baviera, onde continuou a praticar abusos por décadas sem ser incomodado.

Em 1986, um tribunal o condenou a uma pena de prisão com sursis. Mas ele foi então transferido para outra cidade da Baviera, onde teria reincidido. Foi apenas em 2010 que este padre foi forçado a se aposentar.

Joseph Ratzinger negou conhecer o passado do padre, cujo caso ganhou as manchetes dos jornais em 2010, na época do pontificado de Bento XVI.

Com informações da AFP

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