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Mobilização universitária em favor da Palestina continua nos EUA e pode se espalhar pela Jordânia

Vários sindicatos estudantis da Jordânia fizeram apelos para que os universitários sigam o exemplo da mobilização dos americanos a partir de terça-feira (30). Nos Estados Unidos, o movimento continua a se espalhar pelo país e mais de 800 pessoas, entre estudantes e apoiadores, já foram detidas. 

Proteste em apoio aos palestinos na Jordânia, onde estudantes universitário começam a se mobilizar.
Proteste em apoio aos palestinos na Jordânia, onde estudantes universitário começam a se mobilizar. REUTERS - Jehad Shelbak
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Mais de 270 pessoas, incluindo uma candidata à Presidência, foram presas no final de semana nos campi dos Estados Unidos, palcos de protesto contra a guerra perpetrada por Israel na Faixa de Gaza. Os estudantes pedem um cessar-fogo em Gaza e a suspensão de programas de parcerias com instituições de ensino em Israel. A mobilização teve início na Universidade de Columbia, há pouco mais de dez dias.

O movimento já se espalhou por mais de 80 campi pelo país, de Nova York a Boston, passando por Austin ou ainda Los Angeles, como observa Loubna Anaki, correspondente da RFI em Nova York.

Algumas das universidades convocaram as forças de ordem no final de semana, com respostas variando de um estabelecimento a outro. Desde o início dos protestos, mais de 700 pessoas foram presas, a maioria estudantes pró-Palestina. Geralmente os universitários são logo liberados, mas em seguida passam a ser alvo das medidas disciplinares por parte da universidade onde estudam.

A polícia realiza prisões às vezes de maneira violenta, nota a correspondente da RFI. Há também o caso de professores ou personalidades políticas que decidem apoiar os estudantes. Foi o caso de Jill Stein, candidata do Green Party (Partido Verde) às eleições presidenciais de novembro. Ela foi detida no final de semana na Universidade de Saint Louis, no Missouri.

Ecos no Oriente Médio

As mobilizações nas universidades americanas são vistas de maneira diferente no Oriente Médio. Em Jerusalém Oriental, por exemplo, o livreiro Ahmed Muna julga que o movimento “dá esperança aos palestinos”.

Em meio a estantes repletas de obras relativas ao movimento nacional palestino, Muna estima que “é claro que o governo americano não está do lado dos palestinos. Mas o povo dos Estados Unidos, estudantes e professores das escolas mais prestigiadas do país são contra a guerra e contra o apoio de seus líderes ao conflito.”

Na Universidade da Jordânia, a mais antiga do país, centenas de estudantes se reuniram no domingo de tarde para exigir o fim imediato da guerra em Gaza.  O objetivo era “prestar homenagem ao movimento americano e ao heroísmo que mostram os estudantes diante da repressão das autoridades e da polícia, assim como diante das tentativas de dispersão”, explica o estudante Abdullah Musim ao correspondente da RFI em Amman, Mohamed Errami.

O Fórum estudantil jordaniano, o principal sindicato estudantil do país, fez apelo a uma grande mobilização, com protestos e greves nas principais universidades do país, a partir de terça-feira. Quase 32 estabelecimentos de ensino superior, públicos e privados, podem tomar parte da ação, ou seja, cerca de 350 mil alunos.

Segundo os respectivos representantes sindicais, principalmente as universidades de Petra, Amman e Irbid, além de muitos outros estabelecimentos, podem se juntar ao movimento. “Nossa posição reflete a dos estudantes jordanianos e do povo jordaniano, que rejeitam a agressão israelense e o genocídio contra o povo palestino”, garante Malik Abu Al-Haija, um sindicalista estudantil.

Classe política americana se questiona

No domingo, a Casa Branca fez um apelo para que os manifestantes “mantivessem a paz”, condenando todo e qualquer discurso antissemita.

O presidente norte-americano Joe Biden se encontra em uma situação complicada em plena campanha eleitoral. Os republicanos aproveitam para acusá-lo de não tomar providências necessárias. Alguns pediram que o governo mandasse a guarda nacional aos campi. Já o governador republicano da Flórida, Ron DeSantis, advertiu: o estudante que participar de manifestações proibidas no estado será imediatamente expulso.

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