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"Simulacro", dizem jornais franceses sobre reeleição de Putin, "o prisioneiro do Kremlin"

Os jornais franceses desta segunda-feira (18) repercutem os resultados da eleição presidencial russa e a controversa vitória de Vladimir Putin, que obteve, segundo a contagem oficial, mais de 87% dos votos. 

O presidente russo, Vladimir Putin, discursa após o encerramento das urnas, em Moscou, em 18 de março de 2024.
O presidente russo, Vladimir Putin, discursa após o encerramento das urnas, em Moscou, em 18 de março de 2024. © Maxim Shemetov/Retuers
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"Putin, o poder absoluto que preocupa o ocidente" é a manchete do jornal Le Figaro, lembrando que esse será o quinto mandato do chefe do Kremlin - o terceiro consecutivo - e que ele governará por mais seis anos, após "uma votação sem oponentes"

Em um editorial intitulado de "O Prisioneiro do Kremlin", Le Figaro afirma que o líder russo criou sua própria armadilha com seu sistema totalitário: "um vazio corrosivo". "O poder isola, mas o poder autoritário aprisiona", diz o texto. 

"Putin 'reeleito'", afirma o jornal Libération no título de uma matéria que classifica a eleição presidencial russa de "simulacro". Para o diário, as imagens mais marcantes da votação foram as da mobilização dos eleitores no protesto convocado por Yulia Navalnaya, viúva do opositor Alexei Navalny, morto na prisão no último 16 de fevereiro.

Na chamada ação 'Meio-dia contra Putin'", milhares de eleitores russos se aglomeraram em longas filas para votar nos outros três candidatos a presidente, embora nenhum deles tivesse chances de vencer o chefe do Kremlin. "Embaixadas e consulados russos em todo mundo também foram tomados por multidões de expatriados" dispostos a marcar sua oposição à reeleição de Putin. 

Chefe de guerra

Para o jornal Le Monde, o "todo poderoso Putin" se reelegeu para "um novo mandato de chefe de guerra". O diário lembra que, se o presidente russo completar o seu quinto mandato, em 2030, ele baterá o recorde no poder no país, ultrapassando o ditador Josef Stalin, líder de um regime totalitário entre 1927 e 1953 na então União Soviética. 

"Nenhuma inflexão deve ser esperada de sua parte, principalmente sobre a guerra na Ucrânia", destaca a matéria. De fato, em discurso após o anúncio de sua vitória na noite de domingo, Putin atribuiu o sucesso nas urnas ao fato que, segundo ele, "a Rússia defende com armas na mão o direito de crescer", conclui o jornal Le Monde

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