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Ucrânia reage à decisão do COI de aceitar atletas russos sob bandeira neutra: “encoraja ataques”

A decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de permitir que atletas russos e bielorrussos participem dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris 2024 sob uma bandeira neutra é “errada” e “encoraja” Moscou e Minsk a continuarem o ataque contra a Ucrânia, denunciou Kiev neste sábado (9).

O presidente do COI, Thomas Bach, na sede da entidade, na Suíça.
O presidente do COI, Thomas Bach, na sede da entidade, na Suíça. Pool/AFP
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“Os membros do Conselho Executivo do COI que tomaram esta decisão assumem a responsabilidade de encorajar a Rússia e a Bielorrússia a continuarem a sua agressão armada contra a Ucrânia”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores ucraniano, em um comunicado.

O nadador ucraniano Mykhailo Romanchuk, atualmente na Romênia para o Campeonato Europeu em piscina curta, também lamentou a decisão. “É uma grande vergonha para o mundo do esporte”, declarou o atleta neste sábado. "Os russos atacaram cidades ucranianas, civis ucranianos, atletas ucranianos, instalações desportivas ucranianas e agora estão autorizados a competir. Isto não é normal", disse. “Mais de 400 atletas morreram nesta guerra. E agora vamos levá-los para as Olimpíadas?”, questionou o medalhista olímpico (prata nos 1500 metros e bronze nos 800 metros em Tóquio).

No entanto, Romanchuck rejeitou a ideia de um boicote às competições em que os russos participem. "Tenho de fazer o meu trabalho. O meu melhor trabalho é nadar, “representar a Ucrânia e dar muitas entrevistas, esse é o meu trabalho", concluiu.

Na sexta-feira (8), o Comitê Olímpico Internacional autorizou a participação de atletas russos e bielorrussos sob uma bandeira neutra nos Jogos Olímpicos de 2024 em Paris. O órgão defende que os Jogos não podem ser “fonte de divisão e de exclusão de atletas”. Porém, o COI impôs condições estritas: apenas atletas “indivíduos neutros” que consigam classificação e que não apoiem ativamente a guerra na Ucrânia ou tenham contrato com o Exército, ou agências de segurança nacionais.

Segundo o COI, onze atletas – oito russos e três bielorrussos – conseguiram se qualificar até agora, cumprindo os critérios de neutralidade, considerados “discriminatórios” por Moscou.

Atletismo mantém exclusão

A Federação Internacional de Natação já tinha anunciado, em setembro, a reintegração dos russos a partir de 2024, ao contrário da federação de atletismo que ainda mantém a exclusão.  Para Sebastian Coe, presidente da World Athletics, “até que a guerra termine, não haverá russos”.

​Alemanha exige análise criteriosa de participantes

A ministra alemã dos Esportes, Nancy Faeser, apelou neste sábado ao COI para “examinar com muita precisão” os antecedentes dos atletas russos e excluir dos Jogos Olímpicos de 2024 aqueles que apoiaram a guerra contra a Ucrânia.

“O belicista Putin não deve, em circunstância alguma, utilizar os Jogos Olímpicos de Paris para a sua propaganda. Que as equipes russas continuem excluídas e que bandeiras e símbolos sejam proibidos. É o mínimo que podemos esperar do COI”, sublinhou Nancy Faeser, citada em um comunicado de imprensa.

(Com informações da AFP)

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