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Afeganistão já conta mais de 2 mil mortos e 9 mil feridos após terremoto

Mais de 2 mil pessoas morreram em um violento terremoto que atingiu o oeste do Afeganistão no sábado (7), causando enormes danos, de acordo com um novo relatório oficial divulgado neste domingo (8). O balanço provisório também indica cerca de 9 mil feridos. O terremoto de magnitude 6,3, que atingiu áreas 30 km a noroeste da cidade de Herat, foi seguido por oito fortes tremores secundários.

Moradores afegãos se sentam sobre os escombros de uma casa destruída após o terremoto no vilarejo de Zendeh Jan, em Sarbuland, distrito da província de Herat, em 7 de outubro de 2023.
Moradores afegãos se sentam sobre os escombros de uma casa destruída após o terremoto no vilarejo de Zendeh Jan, em Sarbuland, distrito da província de Herat, em 7 de outubro de 2023. © Mohsen Karimi / AFP
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"Infelizmente, o número de vítimas é muito elevado. O número de mortos é superior a 2 mil", informou Bilal Karimi, vice-porta-voz do governo talibã. “Estamos aguardando para ver os números finais”, continuou ele.

Na aldeia de Sarboland, no distrito de Zinda Jan, dezenas de casas foram destruídas. Homens limpavam os escombros enquanto mulheres e crianças esperavam do lado de fora, entre os destroços.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 600 casas foram destruídas ou parcialmente danificadas em pelo menos 12 aldeias da província de Herat. No total, 4,2 mil pessoas foram afetadas direta ou indiretamente pelo terremoto, acrescenta a mesma fonte.

“Soterrados”

“Desde o primeiro choque, todas as casas desabaram”, conta Bashir Ahmad, de 42 anos. "Os que estavam dentro das casas foram soterrados. Há famílias inteiras de quem não temos notícias", acrescenta.

Nek Mohammad estava trabalhando quando o primeiro tremor atingiu o Afeganistão por volta das 11h do horário local. “Voltámos para casa e descobrimos que não havia mais nada. Tudo virou areia”, ele explica, acrescentando que foram encontrados cerca de 30 corpos apenas na sua vizinhança.

"No momento não temos nada. Não temos cobertores ou qualquer outra coisa. Estamos abandonados com nossos martírios", acrescenta o homem de 32 anos.

No sábado, a OMS alertou que “o número de vítimas deverá aumentar à medida que as operações de busca e salvamento continuam”.

Seca e crise humanitária

Em Herat, considerada a capital cultural do Afeganistão, muitos moradores e comerciantes fugiram dos edifícios ao primeiro tremor. A província de Herat, que tem uma população de 1,9 milhão de habitantes, de acordo com dados do Banco Mundial, também foi afetada pela seca durante anos, paralisando muitas comunidades agrícolas já em dificuldades.

O Afeganistão sofre terremotos com frequência, especialmente na cordilheira Hindu Kush, perto do ponto de encontro das placas tectônicas da Eurásia e da Índia. Em junho de 2022, um terremoto de magnitude 5,9, o mais mortal até agora no Afeganistão em quase 25 anos, deixou mais de mil mortos e dezenas de milhares de desabrigados na província de Paktika (sudeste).

Em março passado, um terramoto de magnitude 6,5 matou 13 pessoas no Afeganistão e no Paquistão, perto da cidade de Jurm, no nordeste do país.

O Afeganistão também já enfrenta uma grave crise humanitária, desde o regresso ao poder dos talibãs, em 2021, e a subsequente retirada da ajuda internacional.

(Com informações da AFP e da Reuters)

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