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Bombardeios russos deixam seis mortos na Ucrânia e aumentam risco de acidente nuclear em Zaporíjia

Foi a maior onda de ataques dessas últimas semanas na Ucrânia. Os bombardeios russos massivos fizeram ao menos seis mortos nesta quinta-feira (9). Os ataques, que incluem a capital Kiev, deixaram uma parte da população sem energia elétrica e sem aquecimento. Ao menos dez regiões ucranianas foram atingidas pelos bombardeios que visaram infraestruturas energéticas. Enquanto isso, a batalha pelo controle da cidade de Bakhmout continua intensa, no leste do país. 

Os socorristas trabalham em um local de edifícios residenciais destruídos por um ataque de mísseis russos, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Lviv, Ucrânia, 9 de março de 2023.
Os socorristas trabalham em um local de edifícios residenciais destruídos por um ataque de mísseis russos, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Lviv, Ucrânia, 9 de março de 2023. via REUTERS - STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAI
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Em Lviv, no oeste da Ucrânia, um míssil caiu em uma área residencial e matou ao menos cinco civis. A outra morte ocorreu em Dnipro, no centro-leste, onde várias pessoas também ficaram feridas. A cidade de Kharkiv, no leste, está sem eletricidade, água e aquecimento.  

Risco de acidente nuclear 

A usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa e que está ocupada pelo Exército russo, no sul da Ucrânia, foi desligada da rede elétrica após o ataque, anunciou a operadora ucraniana Energoatom. De acordo com a empresa, 18 geradores a diesel de emergência foram ativados para garantir um fornecimento mínimo de energia à usina. "Eles têm combustível suficiente para dez dias. A contagem regressiva começou", disse Energoatom. “Caso não seja possível renovar a alimentação externa da usina, pode ocorrer um acidente com consequências radioativas para todo o mundo”, alerta o operador. 

A administração de ocupação russa na usina confirmou que os geradores de emergência a diesel foram acionados, mas alegou que essa medida foi tomada devido a um "curto-circuito" em outra linha de energia, sem especificar as causas. "Todos os sistemas de segurança funcionam normalmente", garantiu esta fonte no Telegram.  

O Exército russo ocupou este enorme complexo nuclear no sul da Ucrânia em 4 de março de 2022, nove dias após o início da invasão. A usina, que anteriormente produzia 20% da eletricidade da Ucrânia, continuou operando nos primeiros meses da guerra, apesar dos períodos de bombardeio, antes de ser fechada em setembro. 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, denunciou "táticas miseráveis" por parte de Moscou. As defesas aéreas ucranianas derrubaram 34 dos 81 mísseis lançados por Moscou, acrescentou o presidente. 

A Rússia tem bombardeado regularmente as principais instalações de energia da Ucrânia desde outubro, com o uso de mísseis e drones, para mergulhar milhões de pessoas na escuridão e no frio.   

A disputa por Bakhmout  

Esses novos ataques em grande escala acontecem um dia após o anúncio do chefe da organização paramilitar russa Wagner, Evgeny Prigojine, da conquista da parte oriental de Bakhmout. A pequena cidade no leste da Ucrânia está no centro dos combates há meses, apesar de ter um valor estratégico contestado. 

Nesta quinta-feira, Prigojine afirmou que seus combatentes haviam tomado o pequeno vilarejo de Doubovo-Vassilivka, ao norte de Bakhmout. 

A cidade pode cair "nos próximos dias", alertou o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, acrescentando, no entanto, que "isso não reflete necessariamente qualquer ponto de virada na guerra".

(Com informações da AFP)

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