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Ucrânia: batalha de Bakhmout se anuncia como um revés simbólico para Kiev

A situação é tensa neste sábado (4) em Bakhmout, uma cidade industrial e epicentro dos confrontos na região de Donetsk, no leste da Ucrânia.  Kiev afirma ter repelido vários ataques no entorno, enquanto o grupo paramilitar Wagner diz ter "cercado virtualmente" essa posição estratégica, pedindo ao presidente Volodymyr Zelensky que determine a retirada de suas tropas.

Na região de Bakhmout, a luta é intensa entre ucranianos e russos.
Na região de Bakhmout, a luta é intensa entre ucranianos e russos. © AFP/Sameer Al-Doumy
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Com informações do enviado especial à Kramatorsk Vincent Souriau.

Impossível confirmar até o momento se Bakhmout está cercada, como afirmou o líder do grupo Wagner, Evguéni Prigojine, mas o Exército ucraniano está em dificuldades. Os soldados estão recuando e tiveram o cuidado de explodir duas pontes para cobrir a sua retaguarda, retardando o avanço do grupo Wagner.

Nas últimas semanas, as forças russas avançaram ao norte e ao sul de Bakhmout, cortando três das quatro rotas de abastecimento ucranianas e tornando a posição dos defensores cada vez mais precária. O Estado-Maior ucraniano afirma ter repelido 85 ataques russos, nas últimas 24 horas.

Fontes humanitárias dizem que Bakhmout deve cair. Segundo essas mesmas fontes, o Exército ucraniano está se preparando para isso há muito tempo e a retirada deve ser feita de forma ordeira. Voluntários, socorristas e médicos mais experientes, no entanto, não se arriscam mais a entrar na cidade, ainda que exista muitos feridos no local. Alguns civis, por outro lado, se recusam a sair de Bakhmout.

Uma queda da cidade poderá ter um impacto no moral das tropas ucranianas. Acima de tudo, seria um revés simbólico para a Ucrânia, ainda que não seja o fim da batalha do Donbass. Os russos estão muito longe de tomar uma grande cidade como Kramatorsk, mas o presidente Zelensky havia descrito Bakhmout como uma fortaleza.

Ministro da Defesa da Rússia visita o front

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, inspecionou um "posto de comando" no front no leste da Ucrânia, sem especificar o local exato ou a data desta visita, informou o seu ministério neste sábado.

Um vídeo publicado pela mesma fonte mostra Sergei Shoigu viajando em um helicóptero e conversando - sem capacete ou colete à prova de balas - com um soldado em frente a prédios danificados, sob a guarda de suas tropas. Neste vídeo, também é possível ver o ministro entregando medalhas aos soldados russos.

Washington anuncia nova ajuda militar a Kiev.

Enquanto os combates estão acirrados em Bakhmout, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou na sexta-feira (3) uma nova ajuda militar à Ucrânia de US$ 400 milhões.

No Twitter, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, agradeceu aos Estados Unidos e saudou um novo "investimento sólido para os sucessos futuros do Exército ucraniano no campo de batalha".

O apoio militar ocidental à Ucrânia tem sido crucial para permitir que Kiev resistisse às tropas russas e até recuperasse terreno. Para o Kremlin, no entanto, essa ajuda apenas "prolonga o conflito".

Neste sábado, o presidente Volodymyr Zelensky se reuniu em Lviv, no oeste da Ucrânia, com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. "A Ucrânia pretende iniciar as negociações para ingressar na UE este ano", disse ele, em uma mensagem no Telegram. Um objetivo que Metsola compartilha: "O futuro da Ucrânia está na União Europeia", disse ela.

(Com informações da RFI e da AFP)

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