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Dinamarca: diferença de renda entre ricos e pobres é a maior desde 1987

Instituto de Estatística da Dinamarca afirma que 20% das famílias menos favorecidas no país escandinavo estão comendo menos e têm apenas duas refeições por dia.

Só neste ano, 20 mil famílias dinamarquesas se inscreveram no programa da Cruz Vermelha para receber um vale-natal no valor de 900 coroas dinamarquesas – aproximadamente 670 reais. Um aumento de 33% em relação ao ano de 2021.
Só neste ano, 20 mil famílias dinamarquesas se inscreveram no programa da Cruz Vermelha para receber um vale-natal no valor de 900 coroas dinamarquesas – aproximadamente 670 reais. Um aumento de 33% em relação ao ano de 2021. AP - Philip Davali
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Fernanda Melo Larsen, correspondente da RFI em Copenhague

O Instituto de Estatística da Dinamarca divulgou uma pesquisa no começo desta semana onde mostra que o abismo entre os mais ricos e os mais pobres é o maior desde 1987, ano em que o índice Gini, que mede a desigualdade no país, foi usado pela primeira vez.

Os economistas atribuíram o aumento no valor das propriedades e carteiras de ações de muitos dinamarqueses à crescente desigualdade social. Para quem investiu em imóveis e fundos de aplicação, o ano de 2021 foi positivo.

Porém, para os dinamarqueses mais pobres a realidade tem sido outra e a diferença pode ser sentida à mesa. De acordo com o Instituto de Estatística da Dinamarca, 20% das famílias menos favorecidas no país escandinavo estão comendo menos, fazendo apenas duas refeições por dia, com uma redução no consumo de carne bovina.

Só em 2022, aproximadamente 20 mil famílias dinamarquesas se inscreveram no programa da Cruz Vermelha para receber vale-Natal no valor de 900 coroas dinamarquesas, aproximadamente R$ 670. Um aumento de 33% em relação ao ano de 2021.

“Atravessamos uma situação muito especial neste ano: há mais dinamarqueses que não têm dinheiro até o fim do mês”, lamentou a Cruz Vermelha, em um comunicado à emissora de TV dinamarquesa DR.

Inflação em alta

Segundo o Instituto de Estatística da Dinamarca, a cidade de Aarhus na Jutlândia, a segunda maior cidade do país, ocupa o posto da maior disparidade entre ricos e pobres da região. Para o conselheiro de Saúde e Bem-Estar do município de Aarhus, Christian Bjørnskov, o aumento do preço da eletricidade e a inflação tem atingido os mais pobres.

“A inflação não era tão alta na Dinamarca desde a década de 1970 e isso obviamente significa que muitos terão que encontrar algumas economias no orçamento”, explicou Christian Bjørnskov.

331 empresas fecharam

Nesta segunda-feira (6), a SMVDanmark, associação que reúne 18 mil pequenas e médias empresas na Dinamarca, divulgou uma pesquisa onde mostra que só no mês de novembro 331 empresas faliram no país, o mais alto índice desde 2009. A crise econômica mundial, a inflação elevada e os efeitos da pandemia de Covid-19 atingiram em cheio os pequenos empresários do país.

“Quando os tempos são difíceis, muitas vezes são os pequenos empresários os mais pressionados. Além disso, a concorrência entre as empresas é a razão do número recorde de falências” disse o consultor SMVdanmark Lasse Lundqvist à imprensa da Dinamarca.

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