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Agência nuclear da Ucrânia acusa Rússia de tentar minar abastecimento ao bombardear central de Zaporíjia

A empresa de energia nuclear ucraniana Energoatom disse neste domingo (20) que o Exército russo havia atingido a usina nuclear de Zaporíjia com fogo de artilharia, e que a infraestrutura da usina havia sido atingida pelo menos 12 vezes.

Edifício destruído durante um ataque com mísseis russos em Zaporíjia, Ucrânia, em 11 de outubro de 2022.
Edifício destruído durante um ataque com mísseis russos em Zaporíjia, Ucrânia, em 11 de outubro de 2022. REUTERS - STRINGER
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A Energoatom acrescentou, no aplicativo de mensagens Telegram, que a lista de equipamentos que foram alvo dos ataques indicava que os agressores "visaram e danificaram exatamente a infraestrutura necessária para o reinício das 5ª e 6ª unidades de energia", e o retorno da produção de eletricidade para cobrir as necessidades da Ucrânia.

Moscou e Kiev acusaram-se mutuamente de bombardear o complexo nuclear, localizado no sul da Ucrânia e considerado o maior da Europa, que está ocupado pelo Exército russo há vários meses.

Troca de acusações

"O regime de Kiev não diminui as provocações para criar a ameaça de uma catástrofe na usina nuclear de Zaporíjia", disse o Ministério da Defesa russo em uma declaração. 

No sábado e no domingo, as forças ucranianas dispararam mais de 20 "foguetes de grande calibre" contra a usina, diz a nota russa. O armamento teria explodido entre os blocos de energia 4 e 5, e visavam o telhado de um "edifício especial" localizado próximo a estes blocos, de acordo com a mesma fonte.

Este "edifício especial" abriga um depósito de combustível nuclear, disse Renat Kartchaa, chefe do produtor russo de energia nuclear Rosenergoatom, citado pela agência oficial TASS. Apesar desses bombardeios, "o nível de radiação na área da central permanece dentro da norma", acrescenta a declaração.

Por sua vez, a agência nuclear ucraniana acusou a Rússia de ter bombardeado as instalações da usina.

"Na manhã de 20 de novembro de 2022, como resultado de numerosos bombardeios russos, pelo menos 12 ataques foram registrados no local da usina nuclear de Zaporíjia", disse a Energoatom, acusando os russos de "mais uma vez organizarem a chantagem nuclear e colocarem o mundo inteiro em risco".

"Inaceitável", diz AIEA

O diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, relatou que "fortes explosões" haviam ocorrido na área.

"A informação é extremamente perturbadora. Explosões ocorreram no local desta grande usina nuclear, o que é totalmente inaceitável", disse ele em um comunicado. "Quem quer que esteja por trás desses ataques, deve parar imediatamente. Como eu já disse várias vezes, parem de brincar com fogo", protestou Rossi.

A Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, tem ocupado militarmente a área do complexo nuclear. O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a reivindicar a anexação de Zaporíjia, juntamente com quatro regiões ucranianas.

Durante vários meses, Moscou e Kiev acusaram um ao outro de bombardear o local, que está sob controle russo mas não muito longe da linha de frente dos combates.

O presidente francês, Emmanuel Macron, reuniu-se neste domingo com Rafael Grossi, da AIEA, para discutir a situação na usina nuclear de Zaporíjia, informou o Palácio do Eliseu.

Após esta reunião, o chefe de Estado francês "provavelmente falará esta tarde" com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acrescentou a presidência francesa.

(Com AFP)

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