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Rússia lança nova série de ataques à Ucrânia e gera blecaute em Kiev

A Rússia lançou uma nova onda de ataques a várias cidades ucranianas nesta quinta-feira (17), incluindo a capital Kiev, que sofre interrupções de energia causadas pela ofensiva de Moscou. 

A capital Kiev sofreu queda de energia após a série de ataques russos a várias cidades do país
A capital Kiev sofreu queda de energia após a série de ataques russos a várias cidades do país AP - John Leicester
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A Ucrânia já foi atingida na terça-feira por uma série de ataques após a retirada das forças russas em 11 de novembro no norte da região de Kherson, no sul, que a Rússia afirma ter anexado. Os ataques deixaram cerca de 10 milhões de ucranianos sem eletricidade por várias horas, de acordo com as autoridades de Kiev.

A ofensiva coincide com a queda das temperaturas na Ucrânia, que enfrenta também cortes generalizados de energia como resultado de ataques russos direcionados especificamente às infraestruturas energéticas, de acordo com Kiev. A operadora nacional de eletricidade, Ukrenergo, anunciou a extensão dos cortes de energia até quinta-feira devido ao "agravamento da situação".

 A empresa disse no Facebook que "uma onda de frio" causou aumento da demanda em regiões onde a energia havia sido restaurada recentemente. Nesta quinta-feira, Kiev foi atingida pela sua primeira nevasca da temporada e muitos distritos ficaram sem eletricidade. Uma fina camada de neve cobria os carros estacionados nas ruas.

Com a chegada do inverno, o fornecimento adequado de energia é vital para os ucranianos. O governador regional, Oleksii Kuleba, alertou na quarta-feira que a próxima semana será "difícil", com temperaturas que podem cair "até -10°C".

Outros ataques

Na cidade de Dnipro, no centro-leste, os ataques russos deixaram pelo menos 14 feridos, incluindo uma adolescente de 15 anos, informou o governador regional, Valentin Reznichenko, no Telegram. "Todos estão hospitalizados na cidade", acrescentou.

O ataque também afetou duas infraestruturas, segundo a Presidência ucraniana. Na região de Kiev, a defesa ucraniana derrubou dois mísseis de cruzeiro, além de drones russos kamikaze Shahed, de fabricação iraniana, informou a administração militar da cidade. Um jornalista viu um dos mísseis sobrevoar uma área residencial no leste da capital. Na região de Odessa (sul), os russos atacaram uma infraestrutura e três pessoas ficaram feridas, segundo a administração regional.

 A Rússia afirmou que o sofrimento dos civis na Ucrânia é "a consequência" da recusa de Kiev em negociar. "É uma consequência da falta de vontade do lado ucraniano em resolver o problema, em iniciar negociações, sua recusa em buscar um terreno comum", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Destroços de um suposto míssil fotografado em Przewodow,no leste da Polônia
Destroços de um suposto míssil fotografado em Przewodow,no leste da Polônia © Reuters

"Não sei o que aconteceu"

Dois dias após a queda de um míssil na Polônia, perto da fronteira ucraniana, a polêmica continua. Segundo a Polônia e a Otan, a explosão, que gerou temores de uma escalada no conflito, foi possivelmente causada por um míssil de defesa aérea ucraniano lançado para interceptar projéteis russos disparados contra infraestruturas civis.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou hoje "não saber o que aconteceu", depois de ter reiterado na véspera que o projétil era "russo". "Não sabemos ao certo. O mundo não sabe. Mas tenho certeza de que foi um míssil russo, tenho certeza de que disparamos de sistemas de defesa aérea", disse ele a um fórum econômico, citado em comunicado da Presidência ucraniana.

Pouco antes, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitro Kuleba, havia declarado no Twitter que a Rússia era "totalmente responsável". "Independentemente da conclusão desta investigação, já sabemos quem é o responsável final: a Rússia", concordou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, antes do início da cúpula de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC) em Bangcoc.

(Com informações da AFP)

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