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Coreia do Norte e do Sul se envolvem em uma "perigosa e irresponsável" demonstração de força

A tensão continua aumentando na península coreana. Após os repetidos disparos de artilharia e mísseis nos últimos dias, tanto pela Coreia do Norte quanto pela do Sul, nesta sexta-feira (4) foi a vez de uma grande demonstração aérea. Em ambos os lados da linha de demarcação, os exércitos fizeram decolar seus aviões de combate.

Nesta foto fornecida pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, caças F15K da Força Aérea da Coreia do Sul e caças dos EUA, 4 de outubro de 2022.
Nesta foto fornecida pelo Ministério da Defesa da Coreia do Sul, caças F15K da Força Aérea da Coreia do Sul e caças dos EUA, 4 de outubro de 2022. AP
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Nicolas Rocca, correspondente da RFI em Seul

Cento e oitenta aviões de combate foram acionados nesta sexta-feira (4) por Pyongyang, um número muito impressionante. Mas esses aviões não cruzaram a linha de "ação tática", segundo o exército sul-coreano, uma linha virtual usada pela Coreia do Sul para sua defesa aérea.

Isso significa claramente que não seria uma violação dos acordos intercoreanos em vigor. Mas, como símbolo do desejo de Seul de responder rapidamente às ações de seu vizinho nos últimos meses, 80 aviões decolaram do lado sul da fronteira, incluindo aviões furtivos.

Essa demonstração da força aérea coincide com os exercícios militares realizados pela Coreia do Sul e pelos Estados Unidos desde segunda-feira (31), que mobilizam 240 aviões de combate. Esses exercícios foram realizados em resposta a quase 30 lançamentos de mísseis balísticos norte-coreanos na quarta e quinta-feira.

A decisão foi chamada de “tremendamente perigosa” e “irresponsável” por Park Jong Chon, um alto funcionário do regime norte-coreano.

Nesta sexta-feira (4), o Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá para discutir o preocupante desenvolvimento das tensões na península.

Mas é difícil imaginar novas sanções contra Pyongyang ou uma condenação geral dessas ações. Desde o início da guerra na Ucrânia, Moscou e Pequim parecem dispostas a se opor a quaisquer novas sanções contra a Coreia do Norte.

"Clara violação" do acordo de 2018

Pouco depois do anúncio na quinta-feira (3) da decisão de prorrogar as manobras militares entre Estados Unidos e Coreia do Sul, o regime de Pyongyang lançou três mísseis balísticos de curto alcance e afirmou que a ampliação dos exercícios era uma "escolha equivocada e muito perigosa".

Horas depois, Coreia do Norte executou 80 disparos de artilharia em uma "zona de amortecimento" marítima.

Os disparos foram uma "clara violação" do acordo de 2018, que estabeleceu essa zona de fronteira fora das hostilidades entre os países, afirmou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.

Um dos quase 30 mísseis norte-coreanos caiu perto das águas territoriais da Coreia do Sul, um fato sem precedentes desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953.

O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, afirmou que o lançamento representou uma "invasão territorial de fato".

Os lançamentos da Coreia do Norte acontecem no momento em que a Coreia do Sul está em um período de luto nacional após a morte de mais de 150 pessoas em um tumulto durante uma festa de Halloween no sábado passado nas ruas de Seul.

As "provocações" de Pyongyang, "em particular durante nosso luto nacional, são atos contra a humanidade e contra o senso humanitário", afirmou nesta sexta-feira Lee Hyo-jung, porta-voz do ministério da Unificação.

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