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Coreia do Norte faz nova série de disparos, mas míssil intercontinental fracassa

Depois de um dia marcado por uma salva de disparos recorde, a Coreia do Norte lançou, nesta quinta-feira (3), três novos projéteis, incluindo um míssil balístico intercontinental (ICBM) que aparentemente falhou, avalia o exército sul-coreano.

Imagens de televisão abordam disparos norte-coreanos. Tóquio, 3 de novembro de 2022.
Imagens de televisão abordam disparos norte-coreanos. Tóquio, 3 de novembro de 2022. AP - Shuji Kajiyama
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Por Nicolas Rocca, correspondente da RFI em Seul

De acordo com o Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas sul-coreano, três projéteis - dois mísseis de curto alcance seguidos por um míssil balístico intercontinental (ICBM) - foram lançados nesta manhã do Norte em direção ao Mar do Japão. "O lançamento de um ICBM pela Coreia do Norte provavelmente terminaria em fracasso" durante a separação do segundo estágio do foguete, declarou o exército sul-coreano.

Sirenes de ataque aéreo soaram pelo segundo dia consecutivo na ilha sul-coreana de Ulleungdo, localizada a 120 km a leste da península coreana, informou a mídia local. Um alerta também foi acionado no norte do Japão, mesmo que, ao contrário do que as autoridades haviam dito inicialmente, o míssil não tenha sobrevoado o arquipélago. Na opinião do ministro da Defesa, Yasukazu Hamada, o projétil "desapareceu sobre o Mar do Japão".

"A barragem contínua de mísseis dia após dia é um ultraje e não pode ser tolerada", disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O lançamento "ressalta a necessidade de todos os países implementarem plenamente as resoluções do Conselho de Segurança" que sancionam a Coreia do Norte, revelou o porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Ned Price.

Primeira vez desde o fim da guerra

Em 4 de outubro, um míssil balístico norte-coreano sobrevoou o Japão pela primeira vez em cinco anos. Nesta quarta-feira (2), a Coreia do Norte já havia disparado 23 mísseis. Um deles cruzou a "Linha de Limite do Norte" (NLL) -- prolongamento da fronteira terrestre intercoreana no mar -- permanecendo em águas internacionais.

 De acordo com os militares sul-coreanos, foi a primeira vez, desde o fim da Guerra da Coreia em 1953, que um projétil norte-coreano terminou seu curso tão perto das águas territoriais do sul. O presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, declarou ontem que o tiroteio constituiu "uma invasão territorial de fato".

Os acontecimentos desta quinta-feira ilustram mais uma vez a atual dinâmica de provocação recíproca entre as duas Coreias, analisa o correspondente da RFI em Seul, Nicolas Rocca. No lado norte, isso representa um aumento de “nível” com o teste de um míssil balístico intercontinental, mesmo que este pareça ter falhado, de acordo com Seul. Além disso, houve o lançamento dos outros dois mísseis de curto alcance disparados esta manhã. Ao todo, são 26 disparos em apenas dois dias. Para efeito de comparação, sob o governo de Kim Jong-il, pai de Kim Jong-un, a Coreia do Norte realizou 13 tiros em 15 anos.

“Vigilant Storm”

Por outro lado, Seul, Washington e Tóquio não parecem dispostos a recuar. As crescentes tensões durante esta semana podem ser explicadas em particular pelos grandes exercícios aéreos realizados pelos Exércitos sul-coreano e americano desde segunda-feira (31).

Apelidadas de “Vigilant Storm” (“tempestade vigilante” em tradução livre) e descritas por Pyongyang como “provocações”, essas simulações aéreas em larga escala que mobilizam mais de 200 aviões militares serão prolongadas em resposta à chuva de mísseis norte-coreanos nas últimas 48 horas.

As tensões vêm aumentando há muitas semanas, mas a intensidade dos disparos nos últimos dias eleva drasticamente o risco de um erro de ambos os lados do Paralelo 38 N (linha imaginária que divide as duas Coreias), o que pode ter consequências desastrosas.

(Com informações da AFP)

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