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Ministro da Defesa russo adverte Paris, Ancara e Londres sobre "bomba suja"

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, conversou neste domingo por telefone (23) com os colegas de pasta na França, Turquia e Reino Unido para alertar sobre a tendência de uma "escalada incontrolável" na Ucrânia. 

Em primeiro plano, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu.
Em primeiro plano, o ministro da Defesa da Rússia, Serguei Shoigu. AP
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Nas conversas com os ministros da Defesa francês, Sébastien Lecornu, com o turco Hulusi Akar e com o britânico Ben Wallace, o representante russo disse que estava preocupado com eventuais provocações de parte da Ucrânia, como o uso de uma "bomba suja", relata um comunicado das Forças Armadas russas. Uma "bomba suja" é um tipo de arma que utiliza explosivos convencionais carregados com material radioativo.

O francês Sébastien Lecornu confirmou o telefonema, explicando que Shoigu evocou o temor russo de que "a Ucrânia recorra a uma bomba suja contra seu próprio território para atribuir a responsabilidade à Rússia", mas não forneceu nenhuma prova para respaldar essa afirmação.

O francês recordou que a França rejeita qualquer forma de escalada, particularmente nuclear, no conflito na Ucrânia.

"A França pede à Rússia que coloque um fim à sua guerra de agressão contra a Ucrânia e faça todo o possível para contribuir para a 'desescalada'", disse Lecornu, em uma declaração oficial.

"A França está determinada a contribuir para uma resolução pacífica do conflito, ao lado de seus aliados", acrescentou o ministro francês. Lecornu ainda afirmou que iria contatar "rapidamente" seu colega ucraniano para falar sobre o assunto. 

Em várias ocasiões desde o início da guerra, em fevereiro, as autoridades em Moscou acusam os ucranianos de ações que o próprio Exército russo executa ou tem a intenção de fazê-lo para aumentar a pressão sobre Kiev e os aliados ocidentais. 

Kherson: uma humilhação insuportável para Putin? 

A Rússia enfrenta uma ampla contraofensiva ucraniana iniciada em setembro no leste e sul de seu território. Atualmente, Kiev se prepara para a reconquista de Kherson (sul). As autoridades pró-russas que governam a cidade deram ordem para que todos os civis deixassem a localidade com urgência.

Nos últimos dias, o governo de Moscou denunciou um "aumento considerável" dos ataques ucranianos em várias regiões russas próximas da fronteira.

Desde que o Exército ucraniano passou a receber armas modernas e em maior quantidade dos ocidentais, a Rússia vem perdendo dezenas de localidades antes ocupadas nos quatro territórios anexados por Moscou. Os soldados russos têm abandonado suas posições, o que é vivido como uma humilhação pelo presidente Vladimir Putin. 

Na opinião de vários analistas, uma nova derrota em Kherson é um cenário que Putin poderia não aceitar e usar armas nucleares para evitar este fiasco.

Na sexta-feira (21), Shoigu falou por telefone com o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin. Desde o início do conflito, eles só haviam conversado uma vez. Os dois discutiram a situação na Ucrânia, entre outros temas, segundo os governos da Rússia e dos Estados Unidos.

(Com AFP)

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