Lei marcial é instaurada por Putin nos territórios ucranianos anexados pela Rússia
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou a instauração da lei marcial nos quatro territórios ucranianos que Moscou afirma ter anexado em setembro: Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia.
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"Assinei um decreto para introduzir a lei marcial nestas quatro entidades da Federação da Rússia", afirmou Putin em uma reunião do Conselho Nacional de Segurança exibida pela televisão. O Kremlin publicou em seguida um decreto que confirma a entrada em vigor da medida a partir de quinta-feira (20).
A lei marcial russa permite reforçar o exército, aplicar toques de recolher, limitar deslocamentos, impor a censura militar nas telecomunicações, proibir reuniões públicas e deter estrangeiros, entre outras medidas.
O presidente russo fez a revelação da lei marcial em um momento de avanço das tropas ucranianas nos territórios controlados por Moscou e após referendos organizados no fim de setembro na região e condenados pela comunidade internacional. "O regime de Kiev se nega a reconhecer a vontade da população, rejeita qualquer proposta de negociação, os disparos continuam e há civis morrendo", afirmou o chefe de Estado russo.
Putin também acusou a Ucrânia de recorrer a "métodos terroristas". Segundo ele, Kiev estaria "enviando grupos de sabotadores ao nosso território". O presidente russo afirmou ainda que Moscou impediu outros ataques depois do registrado na ponte da Crimeia, "incluindo um contra nossas instalações de energia nuclear".
Retirada de moradores em Kherson
O anúncio de lei marcial foi feito depois que administração russa instalada em Kherson, no sul da Ucrânia, anunciou que iniciou a retirada de moradores da cidade diante do avanço das tropas ucranianas. Segundo Vladimir Saldo, chefe da administração russa de ocupação, a evacuação da cidade é uma medida de precaução e as tropas russas prosseguirão lutando contra os militares ucranianos.
"Ninguém vai entregar Kherson. Mas para os moradores não é o ideal permanecer na cidade durante as hostilidades", explicou Saldo, antes de acrescentar que "os militares lutarão até a morte".
(Com informações da AFP)
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