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Missão da AIEA na central de Zaporíjia "é a mais difícil da história", afirma chanceler ucraniano

A declaração foi dada nesta segunda-feira (29) pelo ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kouleba, durante uma viagem a Estocolmo. Os combates na região, declarou, dificultam o trabalho dos inspetores, que devem chegar ainda nesta semana ao local.

Equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporíjia.
Equipe da AIEA visitará a central nuclear ucraniana de Zaporíjia. AP
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"Esta será a missão mais difícil da história da AIEA por conta dos ataques russos e da maneira como o país tenta legitimar sua presença na região", acrescentou Kouleba. A Agência Internacional de Energia Atômica tenta organizar uma viagem à usina nuclear ucraniana, tomada pelos russos logo no início do conflito, em março. 

O diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, anunciou nesta segunda-feira que a missão estava a caminho da central. O local foi alvo de diversos ataques nas últimas semanas, o que gera temores na comunidade internacional sobre um eventual acidente nuclear.

"Devemos proteger a segurança da Ucrânia e da maior central da Europa", escreveu Grossi no Twitter. Ele e um grupo de dez inspetores deve chegar ainda nesta semana ao local. A agência pede há meses a liberação do acesso à central, onde há um risco real de "catástrofe nuclear". 

Nesta segunda-feira, os países do G7 se disseram "profundamente preocupados" com o risco de um acidente nuclear e pediram o acesso "sem restrições" da AIEA. "Qualquer tentativa da Rússia de desconectar a central da rede elétrica ucraniana será inaceitável", diz um comunicado do G7. 

O grupo sublinha que a central nuclear não deve ser utilizada "para atividades militares ou estocagem de material". De acordo com a declaração, o grupo continua preocupado com "a séria ameaça que representa o controle das instalações nucleares ucranianas pelas forças armadas russas".

O texto ressalta que as ações militares russas aumentam o risco de um acidente ou incidente nuclear e colocam em perigo "a população da Ucrânia, dos estados vizinhos e a comunidade internacional".

Nesta segunda-feira, a operadora das centrais ucranianas Energoatom indicou no Telegram que há risco de incêndio e vazamento de radiação no local. Segundo a operadora, 10 habitantes ficaram feridos após os bombardeios ocorridos nas últimas 24 horas. Entre eles estão quatro funcionários.

Imagem de satélite mostra imagens da central de Zaporizhzhia.
Imagem de satélite mostra imagens da central de Zaporizhzhia. AP

Central foi tomada em março

A central de Zaporíjia, a maior da Europa, foi tomada por tropas russas no início de março, pouco depois de Moscou ter invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro, e fica perto da linha de frente no sudeste do país. Kiev e Moscou se acusaram mutuamente de realizar bombardeios nas proximidades da usina, e seu operador alertou no sábado sobre riscos de vazamentos radioativos e incêndios.

Os 191 signatários do TNP – Tratado de Não-Prliferação Nuclear, que vigora desde 1970 com o objetivo de promover o desarmamento completo e fomentar a cooperação no uso pacífico da energia nuclear – se reuniram por quatro semanas, a partir de 1º de agosto na sede das Nações Unidas em Nova York, para uma revisão do acordo, programada a cada cinco anos.

Mas a Rússia bloqueou a adoção de uma declaração conjunta na sexta-feira, denunciando "parágrafos  políticos" no rascunho final. "Apesar da cínica resistência da Rússia, o fato de que todas as outras partes apoiaram o documento final demonstra o papel essencial do tratado na prevenção da proliferação nuclear", disse Patel.

 A Áustria, um país neutro e não nuclear, condenou no sábado a atitude das principais potências durante as negociações, e não apenas a Rússia.

"Ao contrário dos compromissos de desarmamento consagrados no TNP, os cinco Estados com armas nucleares – Estados Unidos, França, China, Reino Unido e Rússia – estão aumentando ou aperfeiçoando seus arsenais", disse o governo austríaco em comunicado. Viena destacou a falta de "disposição perceptível de cumprir obrigações contratuais anteriormente não cumpridas" pelos cinco países com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU.

(Com informações da AFP)

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