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ONU pede o fim de "ataques suicidas" contra usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia

A imprensa francesa desta segunda-feira (8) está alarmada com os bombardeios à usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia, a maior da Europa. A Ucrânia e a Rússia se acusam mutuamente de terem atacado uma área adjacente a um dos seis reatores nucleares da central.

A usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia foi alvo de um ataque na última sexta-feira (5), preocupando a comunidade internacional.
A usina nuclear ucraniana de Zaporizhzhia foi alvo de um ataque na última sexta-feira (5), preocupando a comunidade internacional. REUTERS - ALEXANDER ERMOCHENKO
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O jornal Le Monde destaca a declaração do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, que denunciou nesta segunda-feira (8), em uma entrevista coletiva no Japão, "ataques suicidas" ao complexo nuclear. Ele pede a suspensão das operações militares em torno da usina, para que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) possa ter acesso ao local. 

Um ex-funcionário ucraniano da usina entrevistado pelo site de informações FranceInfo, que fugiu do local depois da ocupação pelos soldados russos em março, relata que Moscou transformou dois edifícios da central de Zaporizhzhia em depósitos de armas e munições. Os dois ataques com foguetes ocorridos no final da semana passada – um deles lançado de uma área de floresta e o outro de uma zona urbana – resultaram em explosões perto de piscinas de resfriamento de material radioativo. A principal preocupação dos especialistas é de evaporação da água das piscinas, além do risco de incêndio.

"Qualquer ataque a usinas nucleares é uma coisa suicida", disse o secretário-geral da ONU, em Tóquio, nesta segunda-feira. "Espero que estes ataques terminem. Ao mesmo tempo, espero que a AIEA possa ter acesso à usina de Zaporizhzhia", acrescentou Guterres. 

No sábado (6), a empresa ucraniana de energia atômica Energoatom informou que o bombardeio "danificou severamente" uma estação de nitrogênio e oxigênio e um "edifício auxiliar", alertando para um possível risco de vazamento de hidrogênio e de substâncias radioativas. Uma linha de alta tensão também foi atingida no ataque, causando o desligamento de um dos reatores da usina.

"Sem eletricidade não é possível fazer funcionar o circuito primário do edifício do reator, o que permite que o calor seja removido. Foi o que aconteceu na Fukushima, por exemplo", explica o site da FranceInfo.

Reviravolta sobre usinas nucleares na Alemanha

O jornal Le Figaro destaca em sua edição desta segunda-feira que a Alemanha já estuda prolongar o funcionamento das três usinas nucleares do país, diante da perspectiva de suspensão das importações de gás da Rússia. Uma decisão tomada pela ex-chanceler Angela Merkel há dez anos previa o desligamento das centrais em dezembro deste ano, mas diante da "chantagem de Vladimir Putin", segundo o diário, o debate é intenso na Alemanha sobre a continuidade da exploração dessas usinas nucleares para ajudar a população e a indústria a sobreviver no próximo inverno. 

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