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Ucrânia alerta para risco de "pulverização radioativa" após ataques com obuses contra usina nuclear de Zaporíjia

A operadora pública ucraniana Energoatom advertiu neste sábado (27) que existe o risco de "pulverização de substâncias radioativas" na central nuclear de Zaporíjia, atualmente ocupada pelas tropas russas.

Edifício 1 da usina nuclear de Zaporíjia teve a cobertura danificada pela queda de obuses.
Edifício 1 da usina nuclear de Zaporíjia teve a cobertura danificada pela queda de obuses. © RFI / Anissa El Jabri
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Como resultado de vários bombardeios ocorridos nas últimas 24 horas, "a infraestrutura da usina foi danificada, há riscos de vazamento de hidrogênio e de substâncias radioativas, e o risco de incêndio é alto", afirmou a Energoatom no Telegram.

A Rússia confirmou os bombardeios à central nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, mas acusou as forças ucranianas pelos ataques.

"No total, dezessete obuses foram disparados, dos quais quatro atingiram o teto do Edifício Especial 1, onde estão armazenados 168 barras de combustível nuclear WestingHouse", afirma um comunicado do ministério da defesa russo, acrescentando que "a radioatividade no local permanece normal".

Na quinta-feira (25), houve uma interrupção temporária dos últimos dois reatores em funcionamento entre os seis da central, em uma ação que a companhia pública atribuiu "aos invasores russos". Ontem, a Energoatom conseguiu reconectar a rede elétrica ucraniana à central.

O governo ucraniano afirma que os incêndios decorrentes dos bombardeios ao complexo nuclear danificaram as instalações elétricas de edifícios onde ficam armazenadas as barras de combustíveis nuclear utilizadas, em piscinas de resfriamento. Sem energia, o processo de resfriamento fica comprometido.

A siuação em Zaporíjia é objeto de preocupação desde que foi ocupada pelas forças russas, dias após o início da ofensiva contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro. Os temores aumentaram nas últimas semanas, após bombardeios dos quais Rússia e Ucrânia se acusam mutuamente na cidade de Energodar, onde fica a central e a conexão à rede elétrica ucraniana.

"A Rússia deixou os ucranianos e todos os europeus a um passo de um desastre nuclear", disse o presidente Volodymyr Zelensky, na noite de ontem.

Segundo a Energoatom, a desconexão foi motivada por incêndios na central térmica que abastece de eletricidade os reatores nucleares.

Sem tempo a perder

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou na semana passada que a situação na usina era "realmente volátil" e destacou "o risco real de uma catástrofe nuclear".

"Não podemos nos permitir perder mais tempo", declarou ontem o diretor-geral da AIEA, Rafael Mariano Grossi, acrescentando que estava decidido a "conduzir pessoalmente" uma inspeção na usina.

Autoridades ucranianas suspeitam que Moscou pretende desviar o fornecimento de energia de Zaporíjia para a península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014.

As potências ocidentais têm exigido que Moscou devolva o controle da central nuclear a Kiev.

(Com informações da AFP)

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