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Quase 50 ativistas pró-democracia vão a julgamento em Hong Kong acusados de violar lei de segurança nacional

Quarenta e sete ativistas pró-democracia acusados ​​de violar a lei de segurança nacional comparecerão a um tribunal de Hong Kong após 15 meses de processos opacos. Alguns enfrentam o risco de condenação à prisão perpétua.

Foto de arquivo do 28 de maio de 2021 mostra os ativistas pró-democracia Leung Kwok-hung, conhecidos como "Cabelo Longo", à esquerda, e Lee Cheuk-yan levantam as mãos enquanto são escoltados por agentes dos Serviços Correcionais até uma van da prisão para um tribunal em Hong Kong.
Foto de arquivo do 28 de maio de 2021 mostra os ativistas pró-democracia Leung Kwok-hung, conhecidos como "Cabelo Longo", à esquerda, e Lee Cheuk-yan levantam as mãos enquanto são escoltados por agentes dos Serviços Correcionais até uma van da prisão para um tribunal em Hong Kong. AP - Kin Cheung
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Este será o julgamento mais importante desde a entrada em vigor da lei draconiana de segurança nacional imposta por Pequim à ex-colônia britânica em 2020. A legislação foi adotada para acabar com as manifestações pró-democracia que vinham acontecendo desde o ano anterior na cidade.

Um total de 47 ativistas são acusados ​​de "subversão" por terem organizado primárias não oficiais destinadas a nomear candidatos da oposição para as eleições legislativas de 2021. Com idades entre 24 e 66 anos, eles representam um espectro muito amplo da oposição, entre ex-deputados, acadêmicos, advogados, assistentes sociais e jovens ativistas.

Os manifestantes detidos foram ouvidos por juízes pela primeira vez em março de 2021. A maioria deles teve o pedido de pagamento de fiança negado após uma audiência que durou quatro dias.

Embora públicas, a maioria das audiências pré-julgamento nos últimos 15 meses foi sujeita a severas restrições de divulgação. A imprensa foi proibida de relatar certos detalhes processuais. Em várias ocasiões, os pedidos de levantamento dessas restrições, feitos por réus e jornalistas, foram rejeitados.

Frustração e cansaço

As famílias e os advogados dos réus disseram à AFP que essa opacidade foi “frustrante e cansativa" e permitiu que a promotoria "mudasse as regras do jogo".

Dezessete dos réus serão enviados de volta ao Supremo Tribunal para julgamento, anunciou o juiz Peter Law na quarta-feira (1) passada. Entre eles estão o ex-deputado Leung Kwok-hung, a ex-jornalista Gwyneth Ho e o advogado Lawrence Lau. Outros 29 acusados aguardam suas sentenças, enquanto um manifestante enfrentará um novo processo.

De todos os réus, aqueles que se declararam inocentes serão julgados pelo Supremo Tribunal e aqueles que se declararam culpados cumprirão a pena, conforme ordem judicial.

Mais de 180 pessoas foram presas nos últimos dois anos em Hong Kong, desde que a lei de segurança nacional entrou em vigor – a maioria ativistas, sindicalistas e jornalistas; 115 foram processadas.

Até agora, três pessoas foram condenadas e sentenciadas a penas que variam de 3 anos e meio a nove anos de prisão. Na semana passada, um dos réus, que recebeu uma sentença de quase seis anos de detenção, apresentou um recurso, e o tribunal adiou seu julgamento até o início de setembro.

Este é o maior grupo de ativistas julgado em um único caso sob a lei de segurança nacional.

Com informações da AFP

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