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Decisão dos EUA é insuficiente, diz porta-voz iraniano sobre levantamento de sanções ao país

As medidas tomadas pelos Estados Unidos para levantar as sanções contra o Irã são "boas, mas insuficientes", afirmou neste sábado (5) o ministro iraniano das Relações Exteriores. O gesto de Washington não terá efeito econômico, é simplesmente um jogo dos americanos, acrescentou um site de notícias próximo ao Conselho Supremo de Segurança do Irã.

Central nuclear de Bushehr, no sul do Irã. (imagem ilustrativa)
Central nuclear de Bushehr, no sul do Irã. (imagem ilustrativa) ®Reuters
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"O levantamento de algumas sanções pode, no verdadeiro sentido da palavra, ser traduzido em boa vontade. Os americanos falam disso, mas é necessário saber que o que está no papel é bom, mas não é suficiente", disse Hossein Amir-Abdollahian, citado pela agência de notícias ISNA.

A reação de Teerã veio horas depois de Washington anunciar que restabelecerá isenções para algumas medidas contra o programa nuclear civil iraniano. O Departamento de Estado dos Estados Unidos indicou, na sexta-feira (4), que levantará parte das sanções impostas ao Irã pelo seu programa nuclear como um passo técnico necessário para voltar ao acordo de 2015 entre Teerã e as grandes potências mundiais.

A medida permitirá que certos países como Rússia, China ou nações europeias cooperem com o Irã em projetos nucleares civis, particularmente no que diz respeito à usina de Bouchehr, ao reator de água pesada de Arak ou ao reator de pesquisa de Teerã.

Decisão americana recebida com frieza por Teerã

As sanções dos Estados Unidos atingiram duramente a economia iraniana, principalmente ao limitar as exportações de petróleo de Teerã e as trocas bancárias com o resto do mundo.

A retomada das isenções, interrompidas em 2020 pelo ex-presidente republicano Donald Trump, permite que outros países e empresas participem do programa nuclear civil do Irã, sem aplicar as sanções americanas, em nome da promoção da segurança e da não proliferação nuclear. O programa civil iraniano inclui as crescentes reservas de urânio enriquecido do país.

O chefe do Conselho iraniano que supervisiona as negociações nucleares, Ali Shamkhani, afirmou que nenhum acordo poderia "limitar o direito do Irã de prosseguir suas atividades de pesquisa e desenvolvimento”. A retirada das sanções "seria essencial para o rápido cumprimento por parte do Irã de seus compromissos e para alcançar um novo pacto para supervisionar o programa nuclear iraniano em negociações em Viena, na Áustria”, explicou o funcionário.

Teerã exige o levantamento de todas as sanções impostas desde 2018 pelos Estados Unidos e a garantia de que Washington não deixará o acordo nuclear novamente, antes de limitar outra vez o seu programa atômico. No entanto, os Estados Unidos afirmaram claramente que não podem suspender todas as sanções e dar garantias de que outro presidente americano não deixará o acordo nuclear no futuro.

(Com informações da AFP e da RFI)

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