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Enfraquecido, premiê da Armênia denuncia tentativa de golpe militar no país

O primeiro-ministro da Armênia, Nikol Pachinian, denunciou uma tentativa de golpe militar nesta quinta-feira (25), quando cerca de 40 oficiais pediram a renúncia do premiê. Os militares também exortaram os demais órgãos do país a não usarem a força contra os manifestantes que protestam há semanas para exigir a saída de Pashinian, acusado de ser o principal responsável pela derrota no confronto contra o Azerbaijão, durante o violento conflito de Nagorno-Karabakh.

Milhares de armênios marcharam pelas ruas de Yerevan neste sábado, 5 de dezembro para exigir a renúncia do primeiro-ministro Nikol Pachinian (na foto dos cartazes).
Milhares de armênios marcharam pelas ruas de Yerevan neste sábado, 5 de dezembro para exigir a renúncia do primeiro-ministro Nikol Pachinian (na foto dos cartazes). AP - Hrant Khachatryan
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Régis Génté, correspondente da RFI na Armênia

Tudo se acelerou na manhã desta quinta-feira (25), com o anúncio do governo da demissão do primeiro subchefe do Estado-Maior das Forças Armadas armênias, Tiran Khachatryan – em uma demissão brusca, talvez porque o general teria supostamente zombado de uma declaração do primeiro-ministro, Nikol Pachinian, ao microfone de um jornalista local.

Na sequência, cerca de 40 oficiais superiores, alguns dos principais militares da Armênia, pediram a renúncia do chefe de governo. Pela primeira vez desde a derrota na guerra de Nagorno-Karabakh, os oficiais estão assumindo uma posição política, já que há semanas a oposição marcha pelas ruas de Yerevan para exigir a saída de Pashinian.

Posteriormente, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinian, ordenou que o exército "fizesse seu trabalho" depois do Estado-Maior pedir sua renúncia, fato que o chefe do governo descreveu como uma "tentativa de golpe".

"O exército não pode participar de processos políticos e deve obedecer ao povo e às autoridades eleitas", disse Pachinian, diante de uma multidão de seus apoiadores reunida no centro da capital, Yerevan.

“A declaração do exército é um ponto de inflexão. Pedimos a Nikol Pachinian que não conduza o país à guerra civil e ao derramamento de sangue. Pachinian tem uma última chance de partir sem que ocorram distúrbios”, replicou o Partido Armênia Próspera, o principal da oposição.

Ministério da Defesa diz que exército "não é instituição política"

A poderosa Igreja Apostólica Armênia apelou às forças políticas para que encontrem uma solução "na mesa de negociações, para o bem da pátria e do povo". Já o Ministério da Defesa da Armênia denunciou nesta quinta-feira "tentativas" inadmissíveis de politizar o exército, após o apelo dos generais pela renúncia do primeiro-ministro armênio.

"O exército não é uma instituição política e as tentativas de envolvê-lo em processos políticos são inaceitáveis", disse o ministério em um comunicado, acrescentando que tais movimentos constituem "uma ameaça à estabilidade e segurança" da Armênia.

Até agora, esta força de oposição, embora inclua pesos pesados ​​da política armênia, como os ex-presidentes Robert Kocharian e Serge Sarkisian, não conseguiu atrair muitos adeptos em seu rastro.

Com informações da AFP

 

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