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Armênia anuncia morte de 51 soldados separatistas em combates em Nagorno-Karabakh

As autoridades armênias anunciaram neste sábado (3) a morte de 51 soldados separatistas do exército de Nagorno-Karabakh nos combates em que enfrentam as forças do Azerbaijão. Em sete dias de confrontos, 242 pessoas morreram. 

Un militaire de l'armée de défense du Haut-Karabakh tire une pièce d'artillerie vers des positions azéries lors des combats dans la région séparatiste du Haut-Karabakh, le 28 septembre 2020.
Un militaire de l'armée de défense du Haut-Karabakh tire une pièce d'artillerie vers des positions azéries lors des combats dans la région séparatiste du Haut-Karabakh, le 28 septembre 2020. Handout / Armenian Defence Ministry / AFP
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Com informações de Anissa El Jabri, enviada especial da RFI a Ierevã, e agências

Violentos combates continuam a ser registrados neste sábado no enclave de Nagorno-Karabakh. Pouco mais de 70 mil armênios vivem nesta região que fica dentro do Azerbaijão e cuja independência, proclamada em 1991, jamais foi reconhecida pelos Estados-membros da ONU. 

De acordo com o Ministério da Defesa da Armênia, os soldados do território separatista "conseguiram conter um ataque em larga escala" do exército do Azerbaijão. "Nossas forças contra-atacaram em uma das áreas do fronte", completou o porta-voz do ministério, Shushan Stepanian. 

Já o presidente de Nagorno-Karabakh, Arayik Haroutiounian, afirmou a jornalistas que a "última batalha" no enclave havia começado. O próprio líder do enclave, vestido com roupa de militar, afirmou que estava indo combater ao lado dos soldados separatistas. 

Na capital da região, Stepanakert, novas explosões foram registradas nesta manhã. "Saí de casa e cinco ou dez minutos mais tarde escutei uma explosão. Felizmente não havia ninguém em casa", afirma Nelson Adamian, de 65 anos.

Neste contexto, a diplomacia de Nagorno-Karabakh fez um novo apelo neste sábado para que a comunidade internacional reconheça sua independência, o que considera ser "o único mecanismo eficaz para restabelecer a paz". 

Batalha de comunicação

O exército do Azerbaijão afirmou que 19 cidades do país haviam sido alvo de tiros durante a última noite e garantiu que vai retaliar. Desde o início dos confrontos, apenas balanços parciais de vítimas são divulgados. Cada lado reivindica avanços e vitórias que são desmentidos horas depois.

Os armênios afirmam que mais de três mil soldados azerbaijanos foram mortos desde 27 de setembro. Já Baku afirma ter eliminado 2.300 combatentes do campo inimigo. 

Enquanto isso, a população deserta o território e migra em massa para a Armênia. "Eu peguei apenas duas coisas importantes: roupas e produtos de higiene. Nasci aqui, cresci aqui, onde fiz meus estudos universitários. É a primeira vez que saio do meu país. Estou indo embora porque acredito realmente que não tenho outra escolha. Não sei por quanto tempo ficarei fora, mas quando a situação melhorar, voltarei", diz à RFI uma mulher antes de embarcar em uma caminhonete para Erevã. 

Ao lado dela, um grupo de três mulheres observa a fuga das pessoas. "Nós não sairemos daqui. Não vamos para lugar nenhum. Ficaremos no nosso país", diz uma delas. 

Essas cidadãs fazem parte da geração que viveu a violenta guerra que deixou mais de 30 mil mortos no território nos anos 1990. Como muitos armênios que viviam no Azerbaijão, elas fugiram deste país para se refugiar no Nagorno-Karabakh, quando o enclave declarou sua independência. Apesar do frequente acirramento das tensões e combates que voltam a ocorrer entre os dois lados, nenhum tratado de paz foi assinado até hoje. 

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