Coreia do Norte lucra US$ 2 bilhões por ano com trabalhadores forçados no exterior
Um relatório que deve ser debatido na ONU nessa semana indica que mais de 50 mil norte-coreanos foram enviados ao exterior para executar trabalhos forçados. A prática, que seria cada vez mais comum na Coreia do Norte, traria bilhões de dólares ao regime de Pyongyang.
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Segundo o documento, mais de 50 mil norte-coreanos estão precariamente empregados nos setores de construção civil, mineiração, informática e indústria têxtil, sem nenhum conhecimento sobre seu contrato de trabalho e com condições que aparentam ser trabalho forçado.
A maior parte deles seria enviada para executar atividades na Rússia e na China. Mas, segundo o autor do relatório, Marzuki Darusman, outros 15 países estariam "empregando" trabalhadores norte-coreanos nas mesmas condições. É o caso da Argélia, Angola, Kuwait e até mesmo a Polônia, na União Europeia.
Todos os trabalhadores enviados ao exterior pelo regime de Pyongyang teriam o mesmo destino: executar atividades em condições desumanas e inaceitáveis. A prática se mostra muito lucrativa ao regime da Coreia do Norte, trazendo entre US$ 1,2 bilhão e US$ 2,3 bilhões por ano ao país.
Trabalhadores forçados e desnutridos
Darusman cita como exemplo uma empresa no setor de construção civil do Catar, que demitiu neste ano 90 norte-coreanos que trabalhavam mais de 12 horas por dia e que estavam subnutridos.
O responsável especial na ONU pela Coreia do Norte acusa o país de ignorar "quase totalmente" os direitos humanos. Por isso, fez um novo apelo que o Conselho de Segurança das Nações Unidas leve o caso ao Tribunal Penal Internacional, por crimes contra a humanidade.
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