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Direitos Humanos

ONU acusa a Coreia do Norte de cometer crimes contra a humanidade

Um primeiro relatório de uma comissão de investigação da Organização das Nações Unidas (ONU) acusou, nesta segunda-feira (17), a Coreia do Norte de cometer inúmeros crimes contra a humanidade. O documento apresentado em Genebra, na Suíça, pede que o Conselho de Segurança recorra à Corte Penal Internacional para apontar os responsáveis.

O presidente da comissão de investigação da ONU, o australiano Michael Kirby, apresentou um relatório sobre a Coréia do Norte durante conferência em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (17).
O presidente da comissão de investigação da ONU, o australiano Michael Kirby, apresentou um relatório sobre a Coréia do Norte durante conferência em Genebra, na Suíça, nesta segunda-feira (17). REUTERS/Denis Balibouse
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“A comissão estabeleceu que violações sistemáticas, duradouras e graves dos direitos humanos foram cometidas pela República Popular Democrática da Coreia e, em vários casos, essas violações constituem crimes contra a humanidade”, diz o relatório.

Entre as principais irregularidades apontadas, estão as centenas de milhares de prisioneiros políticos que morreram em campos de trabalhos forçados nos últimos 50 anos, vítimas de escravidão, torturas, estupros e outras violências sexuais, além de abortos forçados, discriminação racial e religiosa.

O presidente da comissão de investigação, o australiano Michael Kirby, estimou que a comunidade internacional não poderá, a partir da divulgação deste documento, utilizar-se do argumento do não conhecimento dos fatos para justificar a falta de ação. “No final da Segunda Guerra Mundial, muitas pessoas disseram: nós não sabíamos. Agora, a comunidade internacional sabe”, declarou, referindo-se aos crimes denunciados no documento.

Para Kirby, há “centenas” de responsáveis pelas atrocidades na Coreia do Norte. Ele acusa principalmente o ditador Kim Jong-Un pelos crimes. No entanto, ressalta que a comunidade internacional contribui com o desrespeito aos direitos humanos ao não dar uma “resposta adequada” e “proteção” ao povo norte-coreano.

O presidente da comissão propõe que a ONU coloque em prática uma estrutura de acompanhamento, de forma a continuar a registrar as violações dos direitos humanos na Coreia do Norte. Ele também sugere que as Nações Unidas adotem medidas para apontar e punir os responsáveis.

Campos de trabalhos forçados

Segundo os três juristas internacionais que compõem a comissão, entre 80 mil e 120 mil prisioneiros são submetidos ainda hoje a este tipo de tratamento nos campos de trabalhos forçados norte-coreanos.

As autoridades foram impedidas de viajar à Coreia do Norte para a elaboração do relatório de 372 páginas, para o qual colaboraram 80 fugitivos norte-coreanos, que vivem hoje asilados na Coreia do Sul, no Japão e nos Estados Unidos.

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