Acordo entre Coreias reúne famílias separadas pela guerra

A Coreia do Norte e a Coreia do Sul chegaram a um acordo nesta sexta-feira que permitirá a união das famílias separadas desde o fim da guerra entre os dois países, em 1953. O reencontro acontecerá entre os dias 25 e 30 de setembro, segundo o porta-voz do ministério sul-coreano da Unificação, Kim Hyung-Suk.

Os representantes das duas Coreias assinam o acordo que permite a reunião das famílias separadas pela guerra Foto: Reuters

O programa para unir as famílias separadas pelo conflito estava suspenso desde o bombardeio da ilha sul-coreana Yeongpyeong por Pyongyang, em novembro de 2010.

Milhões de coreanos foram separados de seus parentes no fim da guerra da Coreia. Alguns se encontravam no norte e outros no sul da linha que divide a península.Cerca de 72 mil sul-coreanos, a metade com mais de 80 anos, poderão visitar familiares que residem na Coreia do Norte e não podem deixar o país.

O Ministério da Unificação explicou que, por enquanto, 100 famílias do norte e outras 100 do sul seriam selecionadas para participar dos encontros. Para aqueles que não podem se deslocar por problemas físicos, serão realizadas videoconferências: já confirmaram a participação 40 famílias norte-coreanas e 40 sul-coreanas.

"Com o acordo de hoje, estamos preparando o terreno para realizar reuniões regularmente", disse Kim Hyung-Suk. Pyongyang também espera atrair os turistas sul-coreanos ao monte de Kumgang, um ponto turístico conhecido na região, mas os sul-coreanos preferem abordar o assunto separadamente.

Depois de meses de tensão e de ameaçar os sul-coreanos e até os EUA de ataque nuclear, a Coreia do Norte decidiu retomar o diálogo com o vizinho. Além da questão das famílias, os dois países também decidiram reabrir o complexo de Kaesong, fechado por Pyongyang em abril, uma importante fonte de renda para o regime.