Representantes das duas Coreias discutem reabertura do complexo de Kaesong

Depois de ameaçar atacar os Estados Unidos e seu vizinho do sul, a Coreia do Norte aceitou retomar o diálogo com os sul-coreano para a discutir a reabertura do complexo industrial de Kaesong, fechado em abril. Representantes das duas Coreias se encontraram novamente hoje para analisar a questão.

Os líderes das delegações das duas Coreias se cumprimentam antes da reunião deste sábado Foto: Reuters

Apesar do clima de tensão entre os dois países, depois da série de ameaças feitas pelos norte-corenos, Pyongyang espera reabrir o complexo de Kaesong o mais rápido possível. Cerca de 53 mil pessoas trabalham no local, que representa uma importante fonte de renda para o regime de Kim Jong-un, e também a reconciliação entre os dois países. O complexo se situa na fronteira entre os dois países.

Uma reunião estava prevista para o mês passado, mas acabou não ocorrendo por questões protocolares. O chefe da delegação sul-coreana, Suh Ho, explicou que o país esperava, durante os encontros, obter a garantia dos norte-coreano que o complexo não seria fechado novamente repentinamente, como ocorreu em abril, e também a compensação financeira pelas perdas geradas com a interrupção repentina das atividades no complexo.

A reunião deste sábado acontece em Panmunjon e deve terminar só à noite. O encontro foi uma iniciativa dos sul-coreanos, mas o norte-coreanos já haviam proposto a retomada das discussões. A economia do país sofre com as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU, adotadas depois de um teste nuclear realizado em fevereiro.

Em junho, o país anunciou que reabriria a linha telefônica de emergência com o sul, cortada em março. Hoje, antes da reunião, foi preciso esperar duas horas antes que a comunicação fosse reestabelecida, segundo o Ministério da Unificação da Coreia do Sul. As duas Coreias já haviam se reunido em 9 de junho pela primeira vez depois de dois anos, para estabelecer uma agenda de discussões.