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Irã/Nuclear

Potências ocidentais e Irã vão retomar discussões sobre programa nuclear

As negociações sobre o controverso programa nuclear de Teerã serão realizadas em Istambul. O anúncio foi feito hoje pelo porta-voz da chanceler europeia Catherine Ashton, que representa os Estados Unidos, a Rússia, a China, a França, a Inglaterra e a Alemanha. Israel pede aos negociadores que sejam firmes com o Irã.

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (segundo à esq.) participa de cerimônia de apresentação de novos projetos nucleares em Teerã, no dia 15 de fevereiro deste ano.
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad (segundo à esq.) participa de cerimônia de apresentação de novos projetos nucleares em Teerã, no dia 15 de fevereiro deste ano. REUTERS
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As negociações precedentes entre o Irã e o grupo chamado P5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de segurança da ONU e a Alemanha - não resultaram em nenhum avanço em janeiro de 2011.

Diante da continuação do programa nuclear iraniano, os Estados Unidos e a União Europeia reforçaram suas sanções contra a República islâmica, tendo como alvo principal seu estratégico setor petrolífero.

Os países ocidentais suspeitam que o Irã esteja tentando desenvolver secretamente um arsenal nuclear, enquanto Teerã garante que seu programa destina-se unicamente a aplicações civis.

A agência de notícias iraniana Fars informou que as diferentes partes também decidiram participar de um segundo ciclo de discussões em Bagdá caso as negociações na Turquia tenham bons resultados.

Citando autoridades americanas e europeias, o jornal The New York Times afirmou ontem que os Estados Unidos e outros países ocidentais pretendem exigir do Irã o fechamento e o desmantelamento imediato da instalação nuclear subterrâneo de Fordow, perto da cidade santa de Qom, para onde Teerã transferiu suas atividades de enriquecimento de urânio a 20%.

Contrapartida

O Conselho de Segurança das Nações Unidas pede o fim das atividades de enriquecimento de urânio, tanto a 3,5% que a 20%. O uso, civil ou militar, do urânio depende de seu grau de enriquecimento.

O Irã possui uma quantidade suficiente de urânio enriquecido a 3,5% e a 20% para fabricar quatro bombas caso eleve esse enriquecimento a 90%, o que segundo especialistas ocidentais não constitui um desafio tecnológico insuperável.

Israel, que já ameaçou bombardear as instalações nucleares iranianas em caso de fracasso da via diplomática, insinuou neste domingo que aceitaria ver os países ocidentais se concentrarem em um primeiro momento em obter a interrupção das atividades de enriquecimento a 20%.

"Dissemos a nossos amigos americanos e europeus que esperamos que o limite de uma negociação bem-sucedida seja claramente definido, mais precisamente que o grupo P5+1 exija claramente o fim do enriquecimento a 20%", disse Ehud Barak, ministro israelense da Defesa, em entrevista à rede de televisão americana CNN.

Ele acrescentou que o estoque iraniano de urânio enriquecido a 20% deve ser transferido para "um país vizinho e seguro".

O Irã começou a enriquecer urânio a 20% no início de 2010. Ainda não se sabe o que o país pedirá em contrapartida de eventuais concessões, mas as sanções ocidentais ao seu setor petrolífero provavelmente estarão na mesa de negociação.

Em Teerã, o presidente da comissão da Segurança Nacional e das Relações Exteriores do Majlis (o parlamento iraniano) preveniu no sábado à noite os países ocidentais que em breve eles terão que aceitar a realidade dos progressos iranianos no campo do nuclear.

 

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