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Irã/Nuclear

Ahmadinejad defende programa nuclear iraniano em reunião da ONU

A AIEA - Agência Internacional de Energia Atômica- afirmou nesta segunda-feira que não tem condições de confirmar o caráter pacífico ou não do programa nuclear do Irã. A afirmação foi feita pelo diretor-geral da Agência, Yukiya Amano, durante a Conferência sobre o o Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que acontece em Nova York. 

O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, vai participar da reunião sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o TNP.
O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, vai participar da reunião sobre o Tratado de Não Proliferação Nuclear, o TNP. Reuters
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De Cleide Klock, correspondente em Nova York,

O presidente iraniano é a grande atração deste primeiro dia de conferência e vai provavelmente causar tumulto e até um certo desconforto no país onde é tão criticado. Mahmoud Ahmadinejad quer defender “in loco” o direito do Irã de desenvolver seu programa nuclear.

Ahmadinejad deve afirmar novamente que o país quer produzir energia nuclear para fins pacíficos e não armas atômicas – como alegam os Estados Unidos e outros países ocidentais. Barack Obama tenta convencer a comunidade internacional para que sejam impostas sanções ao Irã. Segundo a agência iraniana de notícias Irna, o chefe de Estado irá descrever os detalhes do programa nuclear pacífico e vai se posicionar a favor da não proliferação de armas nucleares e do desarmamento.

É esperado também que os países árabes proponham um Oriente Médio livre de armas nucleares – colocando assim uma pressão para que os Estados Unidos se posicionem com relação ao desarmamento e o fim das armas atômicas em Israel, fato que ainda não ocorreu, apesar de Obama falar muito sobre paz na região.

Hillary Clinton vai chefiar a comitiva americana. A secretária de Estado chegou a falar na semana passada que "se o presidente Ahmadinejad quiser anunciar que o Irã respeitará suas obrigações, será uma boa notícia e a deixará alegre", mas acrescentou que "se ele pretende desviar de uma maneira ou de outra a atenção deste esforço mundial, gerar confusão e dúvidas sobre as intenções do Irã, não encontrará um público receptivo".

Brasil

A missão brasileira será chefiada pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que deve mais uma vez se colocar contra às sanções ao Irã, posicionamento que já gerou críticas diversas contra Brasil. Amorim defende que o Irã enriqueça o urânio fora de seu território, para assim gerar confiança.

Em entrevista ao jornal Le Monde, nesta segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que discursa h na abertura da Conferência de Exame do TNP, disse que o Brasil pode ajudar a restabelecer a confiança entre o ocidente e o Irã. Amorim, que esteve em Teerã preparando a visita do presidente Lula ao país, disse ao vespertino francês que encontrou uma disposição positiva junto aos iranianos.

Ele defendeu a proposta da Agência Internacional de Energia Atômica feita ao Irã no ano passado para enriquecer o urânio iraniano em outros países. Para o chanceler brasileiro, essa proposta, apesar de ter sido deixada de lado, continua válida. Essa foi a primeira vez que o ocidente reconheceu direito do Irã enriquecer urânio para fins pacíficos. Agora falta encontrar os ajustamentos necessários para o acordo mútuo, como a quantidade de urânio e o melhor local para o enriquecimento, afirmou Amorim. Novas sanções contra o país vão prejudicar principalmente o povo iraniano e deixar o governo ainda mais rígido, alertou o ministro.

O chanceler brasileiro não acredita no entanto que o governo iraniano irá aceitar a proposta da AIEA, com a mediação do Brasil, durante a visita do presidente Lula ao país nos proximos dias 16 e 17 de maio.

 

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