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Em 1ª aparição após reeleição, Macron visita feira, ouve elogios e é alvo de tomates

Em seu primeiro deslocamento desde a reeleição no último domingo (24), o presidente francês, Emmanuel Macron, visitou, nesta quarta-feira (27), a cidade de Cergy (Val d'Oise). Neste reduto da extrema esquerda na região metropolitana de Paris, ele esteve em um bairro operário e atravessou uma feira livre, onde ouviu cumprimentos, mas também foi alvo de críticas e até tentativas de ataques físicos. 

Emmanuel Macron visitou uma feira livre em um bairro popular em sua primeira aparição pública após a reeleição.
Emmanuel Macron visitou uma feira livre em um bairro popular em sua primeira aparição pública após a reeleição. REUTERS - BENOIT TESSIER
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A escolha faz parte da estratégia do presidente de passar uma imagem mais social ao seu segundo mandato de cinco anos. Na feira de Saint-Christophe, comunidade onde Jean-Luc Mélenchon obteve 48% dos votos no primeiro turno da eleição presidencial, o chefe de Estado tirou fotografias, conversou com a multidão e não se poupou de muitos apertos de mão.

Durante duas horas, Macron se aproximou dos franceses e deu trabalho para os seguranças, que tiveram de usar um guarda-chuva para proteger o presidente de sacos de tomates lançados contra ele, sem atingir o alvo. "É como se a campanha continuasse", riu um membro de sua comitiva.

Anunciado no último minuto, o deslocamento a cerca de 30 quilômetros de Paris foi a primeira aparição pública do presidente depois de dois dias de recolhimento, após comemorar sobriamente a sua vitória com 58,5% dos votos, contra 41,46% para a candidata da extrema direita, Marine Le Pen.

"Presidente Macron!", "bravo!" e “parabéns!” gritaram muitas pessoas, enquanto outros pediam: “Macron renuncie!”

O chefe de Estado garantiu, no entanto, que vai "continuar a ir a campo para ouvir, convencer e depois agir". Após as sondagens eleitorais terem destacado a sua falta de proximidade e de empatia com as dificuldades dos franceses, Macron deixou claro que deseja “estar em contato" com o povo. "Embora o resultado oficial da eleição presidencial ainda não tenha sido anunciado, eu não esqueço que os compromissos assumidos não foram apenas promessas de campanha", completou.

Macron ouviu dos moradores deste bairro popular reclamações sobre o aumento do custo de vida, sobre o projeto de reforma das aposentadorias e sobre o desemprego. "Ele me ouviu, isso é bom, mas agora estou esperando que aja", disse Fátima, uma operária e mãe que "luta para sobreviver".

"Sou o depositário dessa raiva e quero que todos trabalhem juntos para encontrar soluções", respondeu Emmanuel Macron, explicando que havia escolhido Cergy para “trazer uma mensagem de consideração e de ambição”, com o desejo de dar a esses municípios mais pobres “meios de avançar”. “Precisamos recriar as condições para uma real e efetiva igualdade de oportunidades”, acrescentou. "É a única maneira de afastar essa desconfiança" que se "instalou em relação aos assuntos públicos", bem como esse "sentimento de abandono" expresso pelos habitantes.

"Para o seu novo governo, nomeie pessoas que nos conheçam e que atuem, não tecnocratas!", apelou um homem na casa dos cinquenta anos. "Digo com muita humildade, não sei se chegaremos lá, mas vou colocar toda a minha energia nisso", prometeu o presidente.

Novo primeiro-ministro

Sem citar nomes, Emmanuel Macron deu pistas sobre o perfil do novo primeiro-ministro que será nomeado para substituir Jean Castex: será "alguém ligado à questão social, à questão ambiental e à questão produtiva", disse.

"Acredito em ir além. A filiação política não diz tudo", destacou a um jornalista que lhe perguntava sobre a possibilidade de nomear uma personalidade de esquerda. "Jean Castex veio da direita. Ele liderou uma das políticas sociais mais fortes das últimas décadas, porque também é um homem de coração e tem fibra social", acrescentou o chefe de Estado.

A nomeação do novo primeiro-ministro está prevista para 13 de maio. No momento, há muitas especulações sobre a possibilidade de uma grande remodelação do governo, a menos de sete semanas do primeiro turno das eleições legislativas francesas, que acontecem nos dias 12 e 19 de junho.

(com informações da AFP)

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