Exército sírio lança nova ofensiva em Deraa
As forças armadas sírias enviaram novas tropas à Deraa nesta terça-feira, um dia após a ofensiva que fez 25 mortos na cidade. Enquanto a comunidade internacional estuda possíveis sanções contra Damasco, os Estados Unidos ordenaram que seus diplomatas deixem o país e as autoridades italianas desaconselham seus cidadãos a viajarem para a Síria.
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A população de Deraa, no sul da Síria, acordou nesta terça-feira ao som dos tiros de uma nova ofensiva das forças armadas, um dia após o ataque que deixou 25 mortos na cidade. Segundo militantes ouvidos pelas agências de notícias, a mesquita de Abou Bakr Assidiq foi alvo de disparos e atiradores de elite foram vistos em frente à mesquita de Bilal al-Habachi. Um tanque de guerra está estacionado na praça Kaziet al-Balad, e a entrada da cidade está bloqueada. O fornecimento de água e de eletricidade também foi cortado em Deraa, considerada como berço do movimento de contestação que teve início há mais de um mês no país.
Diplomatas falam em 50 mortos em Deraa e outras 12 em Mouadhamiya, região para onde o governo enviou mais de 3 mil homens apoiados por tanques de guerra. Operações militares também foram registradas em outras cidades do país e na periferia da capital, Damasco.
Diante do aumento da violência, a comunidade internacional tem estudado as possíveis sanções contra o regime sírio. O Reino Unido, a França, a Alemanha e Portugal fizeram circular no Conselho de Segurança da ONU um projeto de condenação da repressão que pode ser divulgado nesta terça-feira.
O ministro britânico das Relações Exteriores, Wiliam Hague, pediu ao presidente sírio que cesse a repressão aos manifestantes. O chanceler disse que a Grã-Bretanha trabalha junto à União Europeia e aliados no Oriente Médio sobre novas medidas para convencer as autoridades da Síria a parar com a violência e respeitar o direito de liberdade de expressão.
Países retiram seus cidadãos
Alguns países já organizam a retirada de seus compatriotas do território sírio. Os Estados Unidos ordenaram na noite de segunda-feira que as famílias de seus diplomatas e alguns funcionários de sua embaixada em Damasco deixem o país. O governo italiano pediu, em um comunicado no site do ministério das Relações Exteriores, que seus cidadãos evitem viagens à Síria. Roma também pede que os italianos que já estejam no país “evitem lugares onde acontecem reuniões públicas e manifestações”.
Até agora, apenas o presidente da Venezuela, Hugo Chavez, enviou uma mensagem de apoio ao líder sírio. O venezuelano critica o “cinismo” da comunidade internacional que, segundo ele, quer intervir militarmente na Síria usando o pretexto de defender o povo.
Os opositores à Bachar Al Assad exigem o fim imediato do estado de emergência no país, além da liberação de presos e a queda do regime.
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