Repressão se intensifica na Síria e faz dezenas de mortos
Segundo testemunhas, pelo menos 25 pessoas morreram nesta segunda-feira em Deraa, berço da revolta no sul da Síria. A cidade foi invadida por forças de segurança apoiadas por tanques de guerra.
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O regime do presidente Bashar al-Assad intensificou a repressão contra a cidade de Deraa, no sul da Síria, onde o movimento pró-democracia no país teve inÍcio em meados de março. Deraa está praticamente isolada. A eletricidade e as linhas telefônicas tradicionais foram cortadas, mas segundo testemunhas contatadas por telefones via satélite mais de três mil militares apoiados por tanques de guerra invadiram a cidade esta manhã. Disparos foram ouvidos e várias pessoas teriam morrido na operação.
Kaldoun Aswad, médico radicado nos Estados Unidos, integrante do Comitê Árabe de Direitos Humanos
O número de vítimas não pode ser confirmado, segundo as fontes, porque os corpos não podem ser resgatados das ruas. Os habitantes de Deraa dizem que atiradores de elite estão posicionados nos tetos das casas. O ativista de direitos humanos Kaldoun Aswad, radicado nos Estados Unidos, conversou com moradores de Deraa. Em entrevista a RFI, ele confirmou a invasão das forças sírias à cidade e disse que um toque de recolher foi imposto. Segundo o militante do Comitê Árabe de Direitos Humanos, os moradores estão aterrorizados e ninguém tem a menor ideia das intenções do regime.
Há informações também de ataques das forças governamentais em outras cidades sírias. Em Jableh, no noroeste, e Djabla, no Oeste, 26 pessoas foram mortas no domingo. A repressão do regime ao movimento de contestação histórico na Síria já deixou ao menos 361 mortos e 221 desaparecidos, segundo balanços extra-oficiais.
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