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Julian Assange / Wikileaks / Suécia

Assange está disposto a cooperar com autoridades suecas

A advogada de Julian Assange afirmou neste domingo (14) que o fundador do WikiLeaks está disposto a cooperar com as autoridades suecas caso decidam reabrir o processo de estupro contra ele, mas que sua prioridade continua sendo evitar a extradição para os Estados Unidos.

A advogada de Julian Assange, Jennifer Robinson, fala a imprensa no dia em que seu cliente era detido pela polícia britânica, 11/04/2019
A advogada de Julian Assange, Jennifer Robinson, fala a imprensa no dia em que seu cliente era detido pela polícia britânica, 11/04/2019 REUTERS/Hannah McKay
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"Estamos absolutamente felizes de responder a estas perguntas se e quando forem apresentadas", declarou Jennifer Robinson ao canal Sky News. "A questão chave no momento é (o pedido de) extradição dos Estados Unidos", completou.

Assange foi detido na quinta-feira (11) na embaixada do Equador em Londres, onde havia obtido asilo há sete anos para escapar de uma ordem de detenção britânica por acusações de estupro e agressão sexual na Suécia, que ele sempre negou.

A denúncia por agressão sexual prescreveu em 2015. A justiça da Suécia arquivou as acusações no segundo caso, em maio 2017, por falta de condições para avançar na investigação. Mas com o anúncio de sua detenção, a advogada da denunciante reclamou a reabertura da investigação.

Vazamento de documentos sigilosos

O australiano de 47 anos foi detido também em relação a um pedido de extradição dos Estados Unidos, onde a justiça o acusa de ter ajudado a ex-analista de inteligência Chelsea Manning a obter uma senha de acesso a milhares de documentos sigilosos. Este pedido será analisado pela justiça britânica em 2 de maio.

Se a Suécia solicitar sua extradição, "pediremos as mesmas garantias que já formulamos”, ou seja, “que (Julian Assange) não seja enviado aos Estados Unidos", declarou Robinson. A advogada explicou que seu cliente buscou refúgio na embaixada do Equador ante a falta de tais garantias.

Mais de 70 parlamentares britânicos assinaram uma carta enviada ao ministério do Interior na qual pedem prioridade a uma possível ordem de extradição sueca. "Julian nunca se preocupou em enfrentar a justiça britânica ou a justiça sueca", disse Robinson. "Este caso é e sempre foi sobre sua preocupação de ser enviado para a ‘injustiça’ americana", completou.

A advogada também chamou de "escandalosas" as acusações de Quito contra o comportamento de Assange dentro da embaixada, de que que ele teria "manchado as paredes com seus excrementos".

Pai quer retorno do filho à Austrália

O pai de Assange, John Shipton, pediu ao governo da Austrália que solicite a extradição de seu filho. Shipton, que foi secretário do partido Wikileaks quando o filho se candidatou sem sucesso ao Senado nas eleições australianas de 2013, visitava Assange todos os anos no Natal na embaixada do Equador em Londres. "O DFAT (Departamento de Relações Exteriores) e o primeiro-ministro deveriam fazer algo", afirmou ao jornal de Melbourne Sunday Herald Sun. "É possível resolver de maneira simples para que todos fiquem satisfeitos. Aconteceram algumas conversas em uma reunião entre um senador e um funcionário do DFAT para extraditar Julian à Austrália", completou.

O pai afirmou ainda que ficou chocado com o mau aspecto físico do filho no momento da detenção. "Eu vi, a maneira como os policiais o arrastaram pela escada. Não tinha um bom aspecto. Tenho 74 anos e estou com um aspecto melhor que ele, que tem 47. Estou chocado", disse. "Durante meses e meses viveu como um prisioneiro de segurança máxima. Não podia ira ao banheiro, havia câmeras vigiando todos os seus movimentos", afirmou Shipton.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, disse na sexta-feira que Assange não receberia um tratamento especial de seu governo.

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