Acessar o conteúdo principal

Israel bombardeia novamente Faixa de Gaza e diz estar pronto para revidar em caso de ataque iraniano

Israel anunciou neste sábado (13) estar pronto para responder a qualquer ataque do Irã. A declaração é feita no mesmo dia em que o Estado hebreu lançou novos ataques mortais em Gaza e trocou tiros com o Hezbollah libanês, em um contexto que preocupa a comunidade internacional. Uma onda de violência contra aldeias palestinas, desencadeada pelo desaparecimento e morte de um adolescente israelense, aumenta ainda mais as tensões.

Destroços após ataque realizado por colonos israelenses na vilarejo de Al Mughayyir, na Cisjordânia ocupada, em 13 de abril de 2024
Destroços após ataque realizado por colonos israelenses na vilarejo de Al Mughayyir, na Cisjordânia ocupada, em 13 de abril de 2024 REUTERS - Mohamad Torokman
Publicidade

"Fortalecemos a nossa preparação para proteger Israel de novas agressões iranianas. Também estamos prontos para responder", disse o porta-voz do exército israelense, Daniel Hagari, avisando que o Irã "sofrerá as consequências" de qualquer escalada.

Israel está em alerta após ameaças do Irã, que prometeu “puni-lo” em resposta a um ataque mortal em 1° de abril contra o seu consulado em Damasco, episódio que custou a vida a dois generais da Guarda Revolucionária. Teerã acusou Israel e o Estado hebreu que não confirmou nem negou a autoria. 

Para completar, as forças marítimas da Guarda Revolucionária, o Exército ideológico do Irã, interceptaram um navio cargueiro operado por uma empresa "pertencente ao capitalista sionista Eyal Ofer" no Golfo, informou a agência oficial iraniana Irna. Vários comandos abordaram o navio 'MSC Aries' a partir de um helicóptero quando este estava "perto do Estreito de Ormuz", acrescentou a agência. A embarcação carregava 25 tripulantes, segundo o armador suíço-italiano MSC disse à Irna.

Temendo uma escalada de violência, o Ministério da Defesa dos Estados Unidos, aliado de Israel, informou na sexta-feira o envio de "recursos adicionais" à região "para reforçar os esforços de dissuasão e aumentar a proteção das forças americanas". O presidente norte-americano, Joe Biden, interrompeu neste sábado uma viagem de fim de semana a Delaware e retornou à Casa Branca para consultas urgentes sobre o Oriente Médio. Na quinta-feira, o Pentágono afirmou que o comandante máximo dos Estados Unidos para o Oriente Médio havia viajado a Israel para conversar sobre ameaças à segurança com oficiais militares do país.

França, Alemanha e Estados Unidos recomendaram aos seus cidadãos que se abstivessem de viajar para o Irã e várias companhias aéreas suspenderam os seus voos para o país.

Com as tensões ultrapassando as fronteiras, a comunidade internacional teme uma conflagração regional. No sul do Líbano, o Exército israelense disse neste sábado que bombardeou "um grande complexo militar" do movimento Hezbollah, aliado do Hamas, apoiado pelo Irã, um dia após o movimento xiita ter disparado "dezenas de foguetes contra posições israelenses". Além do Líbano, existem outros grupos apoiados pelo Irã na região, inclusive no Iêmen e na Síria.

Assassinato de um jovem israelense

O conflito continua alimentando a violência na Cisjordânia ocupada, principalmente após o desaparecimento e morte de um adolescente israelense que o Exército atribuiu a uma ação "terrorista".

Os ataques às aldeias palestinas ao norte de Ramallah desde o desaparecimento, na sexta-feira (12), de Benjamin Achimeir, um pastor de ovelhas, de 14 anos, se agravaram e se espalharam neste sábado, depois que sua morte foi confirmada ao meio-dia. O Exército cercou e os colonos atacaram meia dúzia de cidades e feriram vários moradores, um deles baleado na cabeça, informaram as autoridades palestinas e a mídia palestina.

Funeral de Benjamin Achimeir, um pastor de ovelhas israelense de 14 anos, morto no que o Exército de Israel atribuiu a uma ação "terrorista".
Funeral de Benjamin Achimeir, um pastor de ovelhas israelense de 14 anos, morto no que o Exército de Israel atribuiu a uma ação "terrorista". AP - Nasser Nasser

"Dezenas de colonos atacam a cidade e queimam tudo em seu caminho", disse à AFP o prefeito de Al Mughayyir, Amir Abu Alia. Nuvens de fumaça emanam de casas, campos, edifícios e máquinas agrícolas queimadas e sobem pelas colinas e vales.

Contexto

Estes confrontos ocorrem em um contexto de tensão crescente na Cisjordânia desde o início da guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, desencadeada em 7 de outubro pelo ataque sangrento do movimento islamista palestino em território israelense. Pelo menos 462 palestinos morreram na Cisjordânia abatidos por soldados ou colonos israelenses desde o início da guerra, segundo a Autoridade Palestina, que exerce controle administrativo limitado sobre este território palestino ocupado por Israel desde 1967.

A relatora especial da ONU para os Territórios Palestinos ocupados, Francesca Albanese, instou na sexta-feira a ONU a "autorizar a implantação de uma presença de proteção" nos territórios.

(Com informações da AFP)  

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.