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Polícia da Lituânia investiga agressão a positor russo que era braço direito de Navalny

A polícia da Lituânia anunciou nesta quarta-feira (13) a abertura de uma investigação um dia após o ataque a Leonid Volkov, opositor russo no exílio e ex-braço direito de Alexei Navalny, morto numa prisão russa. Volkov, de 43 anos, foi agredido violentamente com um martelo na frente de casa em Vilnius, capital lituana.

Leonid Volkov afirmou no Telegram que foi atingido 15 vezes na na noite de terça-feira (12). O opositor do Kremlin tem vários hematomas e ferimentos no corpo.
Leonid Volkov afirmou no Telegram que foi atingido 15 vezes na na noite de terça-feira (12). O opositor do Kremlin tem vários hematomas e ferimentos no corpo. © Leonid Volkov via Telegram - Reuters供图
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Volkov foi hospitalizado após o ataque descrito como “chocante” pelo governo local. Ele deixou o estabelecimento nesta manhã. Os médicos "observaram hematomas em várias partes de seu corpo, bem como uma fratura em um osso da mão", disse uma fonte do governo lituano à AFP.

O ataque ocorre poucos dias antes das eleições na Rússia que devem prolongar o mandato de Putin e quase um mês após a morte de Alexei Navalny, em 16 de fevereiro, aos 47 anos, em uma colônia penal no Ártico, onde cumpria pena de 19 anos de prisão por “extremismo”. 

Volkov, que atuava ao lado de Navalny na oposição ao Kremlin, culpou o presidente russo Vladimir Putin pela morte do ativista. 

“Uma investigação criminal foi aberta”, confirmou a polícia de Vilnius em um comunicado. O vice-chefe de polícia, Saulius Tamulevicius, afirmou que os investigadores estavam seguindo diferentes pistas, sem dar mais detalhes. "Estamos tomando todas as medidas necessárias para elucidar os motivos deste crime. Várias hipóteses estão sendo estudadas", disse à rádio LRT.  

Volkov afirmou no Telegram que foi atingido 15 vezes na perna, na noite de terça-feira. A esposa dele, Anna Biryukova, postou fotos nas redes sociais dos ferimentos do marido, incluindo um olho roxo, uma marca vermelha na testa e sangue na perna. 

“Alguém quebrou a janela de um carro e jogou gás lacrimogêneo” em seus olhos antes de acertar a vítima “com um martelo”, afirmouKira Yarmysh, ex-porta-voz de Navalny. 

"Ninguém tem medo" 

Em Paris, o presidente lituano, Gitanas Nauseda, declarou nesta quarta-feira que “ninguém tem medo” do presidente russo. "Gostaria de salientar que os serviços [de investigação] irão avaliar e, espero, encontrar os culpados. Quanto a Putin, só posso dizer uma coisa: ninguém tem medo de você aqui", disse Nauseda sobre o seu homólogo russo, em declarações à imprensa lituana na capital francesa.

"O erro fundamental seria acreditar que a concessão de territórios pode apaziguar a Rússia de Putin. Não, não podemos evitar uma guerra mais ampla na Europa permanecendo quietos e não interferindo no banho de sangue que a Rússia comete na Ucrânia", disse Gitanas Nauseda no discurso de abertura de um fórum estratégico internacional de segurança na capital francesa. 

"Tal como a Tchecoslováquia não foi suficiente para Hitler, a Ucrânia não bastará para Putin. Nem os Estados Bálticos e a Polônia. Nenhum dos estados europeus está seguro neste momento", disse.

A primeira edição do "Fórum de Defesa e Estratégia de Paris", é uma grande conferência internacional sobre segurança e vai até quinta-feira (14) em Paris, com cerca de sessenta eventos no programa, além da presença de políticos, diplomatas, adidos de defesa, pesquisadores e acadêmicos.

(Com AFP e RFI)

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