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Idosa de 90 anos é resgatada dos escombros cinco dias após terremoto no Japão

Quase uma semana depois dos terremotos que abalaram o centro do Japão, uma senhora de 90 anos foi retirada com vida dos escombros no sábado (6). A tragédia deixou pelo menos 128 mortos, de acordo com uma nova contagem revelada pelas autoridades japonesas.

As operações de resgate são dificultadas neste domingo pela nevasca que começou a atingir o país. (07/01/2024)
As operações de resgate são dificultadas neste domingo pela nevasca que começou a atingir o país. (07/01/2024) AP
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O tremor, de magnitude 7,5, devastou a península de Noto em 1º de janeiro, na costa do Mar do Japão. Pelo menos 560 pessoas ficaram feridas e 195 continuam desaparecidas.

Depois de passar cinco dias sob os escombros de sua casa desabada em Suzu, a idosa foi encontrada viva. Ela conseguiu responder às perguntas com clareza quando foi resgatada e levada a um hospital para cuidados médicos, disse a emissora pública NHK.

“Aguente!”, gritaram as equipes de resgate para ela, sob a chuva, em um vídeo filmado pela polícia e transmitido pela imprensa local. “Vai ficar tudo bem” e “mantenha-se positiva” eram outras mensagens enviadas à senhora, durante a operação.

Muitos tiveram menos sorte: na cidade de Anamizu, também na península, um homem de 52 anos que soube da morte do seu filho de 21 anos e dos seus sogros aguardava notícias de outros membros da sua família.

“Quero que eles estejam vivos. É impensável que eu fique sozinho”, disse ele à NHK.

Nevasca piora o trabalho de operações de resgate

As equipes de resgate continuam a procurar pessoas desaparecidas ou isoladas devido às estradas danificadas pelo terremoto e para entregar alimentos e equipamentos às vítimas. As operações são dificultadas neste domingo pela nevasca que começou a atingir o país, além dos deslizamentos de terra provocados pelas chuvas dos últimos dias.

O terremoto, seguido de centenas de tremores secundários, causou o desabamento de edifícios e estradas, milhares de deslizamentos de terra e incêndios, especialmente em Wajima, onde as autoridades acreditam que muitos moradores ainda estejam sob os escombros.

A agência meteorológica japonesa alertou sobre os riscos da hipotermia. Teme-se que as condições de gelo compliquem ainda mais o tráfego nas estradas danificadas pelo terremoto.

Cerca de 29 mil pessoas estavam abrigadas em 404 abrigos governamentais no domingo, segundo o departamento de Ishikawa. O tremor, sentido até Tóquio, a 300 quilômetros de distância, também desencadeou um tsunami, com ondas com mais de um metro de altura.

Devido às más condições das estradas, as Forças de Autodefesa do Japão enviaram um pequeno grupo de soldados a pé para cada uma das comunidades isoladas e mobilizaram helicópteros, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida à NHK no domingo.

Situação de catástrofe prolongada

“Paralelamente a estes esforços, é necessário melhorar o alojamento e as condições de saúde das pessoas afetadas pela catástrofe”, porque se espera que esta situação se prolongue, acrescentou Kishida, avaliando que “esforços sustentados e de longo prazo” seriam necessários para reconstruir as áreas devastadas.

Cerca de 18 mil casas permaneciam sem luz em Ishikawa na noite de domingo e mais de 66 mil casas estavam sem água.

Este terremoto é o primeiro a causar a morte de mais de 100 pessoas no Japão desde o devastador episódio em Kumamoto (sudoeste), que deixou 276 mortos em 2016.

Localizado no Anel de Fogo do Pacífico, o Japão é um dos países com terremotos mais frequentes. O arquipélago é assombrado pela memória do terramoto de magnitude 9 seguido de um gigantesco tsunami em março de 2011, na costa nordeste, uma catástrofe que deixou cerca de 20 mil pessoas mortas ou desaparecidas.

Este desastre também levou ao acidente nuclear de Fukushima, o mais grave desde Chernobyl, ocorrido em 1986.

Com informações da AFP

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