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Cerca de 120 pessoas aguardam resgate após terremoto no Japão

Socorristas japoneses corriam contra o tempo nesta terça-feira (2) para tentar resgatar os sobreviventes do violento terremoto que sacudiu o centro do país no primeiro dia do ano, deixando 48 mortos e danos importantes. Cerca de 120 pessoas aguardam resgate, disse o porta-voz do governo.

Casa fortemente danificada na cidade de Wajima, província de Ishikawa, no Japão, em 2 de janeiro de 2024, um dia depois que um terremoto de grande magnitude 7,5 atingiu a região.
Casa fortemente danificada na cidade de Wajima, província de Ishikawa, no Japão, em 2 de janeiro de 2024, um dia depois que um terremoto de grande magnitude 7,5 atingiu a região. © AFP - STR
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Em ruas de paralelepípedos destruídas pelo poderoso terremoto que atingiu o Japão, centenas de moradores da pequena cidade de Shika fizeram fila no frio nesta terça-feira em frente à prefeitura antes de poderem sair com os seis litros de água oferecidos por pessoa.

Os moradores também fazem fila em frente aos supermercados para recolher mantimentos, enquanto algumas lojas de conveniência estão fechadas por falta de reabastecimento.

Mesmo aos 73 anos, Tsugumasa Mihara diz que nunca passou por algo assim. Este morador de Shika tinha acabado de dar presentes de Ano-Novo aos netos e havia tirado uma soneca tranquila quando um "tremor muito forte" o acordou na segunda-feira às 16h10 (04h10 no horário de Brasília). “Fiquei totalmente desamparado. Tudo que pude fazer foi rezar para que isso parasse rapidamente”, confidenciou à AFP.

Depois de passado o maior tremor dos 155 registrados entre a tarde de segunda-feira e a manhã de terça-feira, com magnitude de 7,6 segundo a agência meteorológica japonesa JMA, Mihara notou os danos: pratos quebrados no chão de sua cozinha. Um mal menor. Nenhum de seus entes queridos ficou ferido, sua casa está de pé e ele ainda tem eletricidade.

Mas o “problema é a água”, observa, porque a rede de água corrente foi danificada em Shika, como em muitas outras cidades da península de Noto, no departamento de Ishikawa, banhado pelo Mar do Japão.

Muitos outros residentes da península tiveram muito menos sorte. Muitos edifícios e casas desabaram devido aos tremores. Segundo o correspondente da RFI em Tóquio, Frédéric Charles, os socorristas estão tendo problemas para chegar ao norte da península de Noto, com estradas fissuradas ou bloqueadas pelos desabamentos. 

Operários já estão trabalhando para vedar as fissuras e assim facilitar o acesso aos veículos dos bombeiros, do Exército, chamado como reforço, e da polícia.

Mil militares    

O ministro da Defesa, Minoru Kihara, informou que mil militares estão preparados para ir para a região e que outros 8.500 foram mobilizados. As autoridades também usaram 20 aviões militares para avaliar os danos.

A autoridade de transporte fechou as rodovias nas áreas próximas do epicentro e a Japan Railways anunciou que os trens de alta velocidade entre Tóquio e Ishikawa foram cancelados.

Por outro lado, o governo informou que não foram detectados danos nas usinas nucleares do país.

Em Ishikawa e nas vizinhas Toyama e Niigata, cerca de 33.500 residências ficaram sem eletricidade. Muitos prédios desmoronaram na cidade de Suzu. Os danos causados pelo terremoto afetaram principalmente as casas antigas, que costumam ser de madeira.

Imagens na televisão mostraram também um grande incêndio, que destruiu vários edifícios em Wajima.

Algumas cidades do extremo leste da Rússia também emitiram alertas de tsunami, mas sem determinar evacuações.

As autoridades de Vladivostok, cidade russa de 600 mil habitantes, aconselharam os pescadores a retornarem ao porto.

"Cinturão de fogo"

 Ao todo, foram registrados na península de Noto mais de 50 sismos de magnitude 3,2 ou superior em um intervalo de quatro horas.

Situado no chamado "cinturão de fogo" do Pacífico, o Japão é um dos países do mundo onde os terremotos são mais frequentes.

O arquipélago adota normas de construção rígidas, de forma que os edifícios costumam resistir a fortes terremotos e os habitantes estão acostumados a estas situações.

Mas persiste a traumática lembrança do terrível terremoto de magnitude 9,0, seguido de um gigantesco tsunami, que deixou cerca de 20 mil mortos ou desaparecidos em março de 2011.

Esta catástrofe incluiu o acidente nuclear de Fukushima, o pior registrado no mundo desde o de Chernobyl em abril de 1986. O tsunami causou o derretimento de três reatores da usina nuclear japonesa.

(Com AFP e Reuters)

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