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Hamas divulga vídeo de três reféns e ONGs fazem apelo por "cessar-fogo imediato e duradouro"

O Hamas divulgou um vídeo na segunda-feira (18) mostrando três idosos israelenses vivos que estão entre os reféns mantidos na Faixa de Gaza desde o ataque de 7 de outubro. Também neste 73º dia do conflito, ONGs lançam um apelo comum por cessar-fogo imediato e duradouro. 

Um médico observa os estragos feitos pelos bombardeios israelenses no hospital Nasser em Khan Yunis, em 17 de dezembro de 2023.
Um médico observa os estragos feitos pelos bombardeios israelenses no hospital Nasser em Khan Yunis, em 17 de dezembro de 2023. AFP - STRINGER
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No vídeo das Brigadas Ezzedine al-Qassam, o braço armado do movimento islâmico palestino, intitulado "Não nos deixem envelhecer aqui", os três homens com barbas longas são mostrados sentados em cadeiras e um deles envia uma mensagem às autoridades israelenses pedindo que façam o que for necessário para obter sua liberdade.

Cerca de 250 pessoas foram sequestradas no dia do ataque, das quais 129 ainda estão detidas em Gaza.

Segundo a imprensa israelense, os três reféns mostrados no vídeo têm entre 79 e 84 anos e são do Kibutz Nir Oz, uma das comunidades alvo do ataque terrorista, no sul de Israel.

“Este é um vídeo de terror criminoso que mostra a brutalidade do Hamas com civis idosos e inocentes que necessitam de cuidados médicos”, respondeu o porta-voz do Exército, Daniel Hagari.

Apelo por cessar-fogo

Também nesta segunda-feira, cerca de 10 ONGs internacionais fizeram um apelo por um “cessar-fogo imediato e duradouro” na Faixa de Gaza, devido à “catástrofe humanitária sem precedentes” neste território onde Israel trava uma guerra contra o movimento islâmico Hamas.

“Nosso apelo é coletivo e global para um cessar-fogo agora”, afirmaram Oxfam, Médicos Sem Fronteiras (MSF), Médicos do Mundo (MDM), Handicap Internacional, Ação Contra a Fome, Primeira Emergência Internacional (PUI), Secours Islamique França, a Federação Internacional para os Direitos Humanos, a Anistia Internacional e o Comitê Católico Contra a Fome e para o Desenvolvimento (CCFD-Terre Solidaire).

“Desde os trágicos ataques de 7 de outubro em Israel, temos assistido a uma guerra total” em Gaza, sendo a escala da “catástrofe humanitária” “sem precedentes”, continuam.

Esta guerra foi desencadeada pelos massacres perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro em solo israelense, que deixaram 1.139 mortos, a maioria civis, segundo os últimos dados oficiais de Israel.

Na Faixa de Gaza, mais de 19.400 pessoas, a maioria mulheres, crianças e adolescentes, foram mortas pelos bombardeios israelenses, segundo o último relatório do Ministério da Saúde do Hamas.

A situação atual é “pior” do que em todos os conflitos recentes, incluindo na Síria ou no Iêmen, disse Joël Weiler, diretor-geral do MDM.

"Gaza já era uma prisão a céu aberto. A prisão foi dividida em oito. As pessoas estão amontoadas e são bombardeadas", disse ele. “Todas as nossas equipes estão traumatizadas” e “não sabem onde comer, onde dormir”, assim como o resto dos habitantes de Gaza, disse Weiler.

Fome como arma de guerra

Gaza é “sem dúvida o lugar mais perigoso do mundo para os trabalhadores humanitários”, que também estão “numa lógica de sobrevivência” com uma “preocupação crescente” com a fome, observou Olivier Routeau, diretor de operações da PUI, cujas equipes, na semana passada, “demoraram seis horas para encontrar onze latas de feijão”.

A ONG Human Rights Watch acusou na segunda-feira Israel de “usar a fome de civis como técnica de guerra”, o que Tel Aviv nega.

Isabelle Defourny, presidente de MSF, por sua vez, descreveu a situação como “desesperadora” nos hospitais “sobrecarregados”. Segundo ela, “um quarto dos pacientes tratados por MSF são crianças menores de 12 anos”, “metade tem menos de 18 anos e três quartos são mulheres e crianças”.

"Há vários dias que recebemos feridos de bala. Isto é novo", disse ela alarmada. "Até agora, só tínhamos recebido vítimas de bombardeios do Exército israelense", disse. 

(Com informações da AFP)

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