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"Ferida aberta" da humanidade: Papa denuncia mais uma vez naufrágios de migrantes

Os migrantes mortos no Mediterrâneo são uma "ferida aberta" em nossa humanidade, disse o papa Francisco neste domingo (13), após uma semana marcada por vários naufrágios fatais. Em sua oração semanal do Angelus, o pontífice de 86 anos ofereceu suas orações pelas 41 pessoas reportadas como desaparecidas na quarta-feira, no naufrágio de uma embarcação que partiu do porto de Sfax, na Tunísia.

O Papa Francisco conduz a oração do Angelus de sua janela no Vaticano.
O Papa Francisco conduz a oração do Angelus de sua janela no Vaticano. © Vatican media / Reuters
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Os migrantes mortos no Mediterrâneo são uma "ferida aberta" em nossa humanidade, disse o papa Francisco neste domingo (13), após uma semana marcada por vários naufrágios fatais. Em sua oração semanal do Angelus, o pontífice de 86 anos ofereceu suas orações pelas 41 pessoas reportadas como desaparecidas na quarta-feira (9), no naufrágio de uma embarcação que partiu do porto de Sfax, na Tunísia.

O sumo pontífice citou "com dor e vergonha" os números da ONU, que indicam que mais de 2.000 migrantes perderam a vida no Mediterrâneo desde o início do ano. "É uma ferida aberta em nossa humanidade", disse o papa argentino aos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.

"Ofereço encorajamento aos políticos e diplomatas que estão tentando curá-la com espírito de solidariedade e fraternidade", acrescentou. Ele também saudou "os esforços de todos os que trabalham para evitar naufrágios e resgatar os migrantes".

Francisco, que regularmente pede um tratamento melhor para aqueles que fogem de suas casas em busca de uma vida melhor, já havia pedido nesta semana para não sermos "indiferentes" às "tragédias" daqueles que morrem cruzando o mar.

Um porta-voz da ONU disse no sábado que "pelo menos 2.060" migrantes morreram no Mediterrâneo desde 1º de janeiro. Destes, mais de 1.800 morreram no Mediterrâneo central, mais que o dobro do mesmo período do ano passado.

Em um dos últimos naufrágios, duas pessoas, incluindo um bebê, morreram quando seu barco afundou no sábado (12), pouco depois de zarpar da costa da Tunísia, disse a Guarda Costeira.

Na segunda-feira (7), autoridades judiciais relataram a morte de 11 migrantes em um naufrágio perto de Sfax, com dezenas mais desaparecidos. Além disso, pelo menos 30 imigrantes foram reportados como desaparecidos no domingo, após dois naufrágios perto da ilha italiana de Lampedusa.

Resgate Ocean Viking

O navio humanitário "Ocean Viking" salvou 623 migrantes na última semana em 15 operações de resgate de embarcações em situação de emergência a sudoeste da ilha italiana de Lampedusa, anunciou a ONG francesa SOS Méditéranée nesta sexta-feira (11).

Entre os resgatados há 146 menores desacompanhados, 15 menores acompanhados e duas mulheres grávidas, detalhou a organização, com sede em Marselha (sudeste da França). Grande parte dos migrantes é do Sudão, país em guerra há quatro meses. Também há outros vindos de Guiné, Costa do Marfim, Burkina Faso, Benin e Bangladesh.

A região do Mediterrâneo central, entre os litorais da Tunísia e da Líbia ao sul e os da Itália, é a rota migratória mais perigosa do mundo, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM). De acordo com dados da OIM, 1.848 migrantes morreram este ano tentando chegar à costa europeia por este trecho do Mediterrâneo, contra 1.417 em todo o ano de 2022.

(Com AFP)

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