Dilma Rousseff encontra Vladimir Putin em preparação para Cúpula dos Brics em agosto
O presidente russo, Vladimir Putin, se reuniu nesta quarta-feira (26) com Dilma Rousseff, presidenta do banco dos BRICs, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB). Dilma está em São Petersburgo participando da 2ª Cúpula Rússia-África. Antes do encontro, o NDB afirmou que novos projetos não seriam financiados na Rússia, em alusão às sanções econômicas aplicadas ao país desde a invasão da Ucrânia.
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O encontro bilateral aconteceu durante o evento que reúne na Rússia uma dezena de líderes africanos. O governo de Putin tem importante influência em diversos países do continente africano.
Dilma e o presidente russo trataram, entre outros temas, sobre a expansão de membros do Novo Banco de Desenvolvimento, assunto que deve ser discutido na próxima Cúpula dos Brics, no final de agosto.
A expansão de membros do NDB não tem os mesmos critérios da entrada de países para o grupo dos Brics, formado hoje por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O Banco dos Brics têm também como membros o Egito, Bangladesh e os Emirados Árabes Unidos, e, conforme as negociações na próxima cúpula, pode abrir suas portas - e seus financiamentos - para outros países africanos.
Em São Petersburgo, a ex-presidente brasileira também se encontra com Cyril Ramaphosa, presidente da África do Sul, país sede da próxima reunião dos Brics.
Torneiras fechadas para a Rússia
Cogitava-se que a reunião desta quarta-feira fosse uma tentativa de Putin para conseguir novos recursos para seu país, que vive sob sanções econômicas, principalmente da União Europeia e dos Estados Unidos, desde a invasão da Ucrânia.
No entanto, na véspera do encontro, o NDB afirmou em comunicado oficial não considerar o financiamento de novos projetos na Rússia e disse operar “em conformidade com as restrições aplicáveis nos mercados financeiros e de capitais internacionais”.
Africanos tentam solução para acordo dos grãos
Os governos africanos presentes em São Petersburgo - a Rússia fala em 49, mas apenas 17 líderes de Estados estão na cidade - devem tentar negociar uma solução para o acordo de exportação de grãos da Ucrânia.
A pouco mais de uma semana, a Rússia decidiu interromper o acordo que permitia a saída de grãos ucranianos do território apesar da guerra. A interrupção do fornecimento de cereais do país que é considerado um celeiro mundial deve acarretar aumento de preços e falta de alimentos em países da África.
Desde 17 de julho, quando o fim do acordo foi anunciado, o preço dos grãos nas bolsas americanas já subiram 20%.
Putin já disse que seu país espera ter uma colheita recorde neste ano, o que, segundo o russo, permitiria suprir as necessidades africanas seja pela venda seja pela doação de alimentos. Contudo, analistas colocam em dúvida a capacidade de produção da Rússia.
(Com informações da Reuters)
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