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Trabalho infantil dispara pela 1ª vez em 20 anos: 160 milhões de crianças são vítimas segundo a ONU

Estabelecido em 2002, o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil é comemorado nesta segunda-feira (12). O último relatório sobre o assunto, produzido em junho de 2021 pela Organização Mundial do Trabalho (OIT) e pelo UNICEF, revela que 160 milhões de meninas e meninos com idade entre 5 e 17 anos trabalham no mundo, um aumento de 8,4 milhões em quatro anos.

Crianças trabalhando em minas de cobalto no Congo.
Crianças trabalhando em minas de cobalto no Congo. REUTERS - FINBARR O'REILLY
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Esse é o primeiro aumento no número de crianças que trabalham em vinte anos. De acordo com a OIT, o trabalho infantil abrange todas as atividades que privam as crianças de sua infância, potencial e dignidade, e prejudicam sua escolaridade, saúde e desenvolvimento físico e mental. 

De acordo com a publicação da OIT, 97 milhões de crianças que trabalham são meninos e 63 milhões são meninas. Pelo menos 112 milhões das crianças empregadas trabalham na agricultura, no setor de serviços (31,4 milhões) ou na indústria (16,5 milhões). Cerca de 79 milhões de crianças estão envolvidas em atividades perigosas.

Ainda segundo o estudo, 28% das crianças de 5 a 11 anos e 35% das crianças de 12 a 14 anos que trabalham não frequentam a escola. O trabalho infantil também é maior nas áreas rurais (13,9%) do que nas áreas urbanas (4,7%).

Trabalho invisível

"Essas crianças trabalhadoras estão em toda parte, mas são invisíveis: empregadas domésticas em casa, invisibilizadas atrás dos muros de oficinas, ou escondidas nas plantações. As piores formas de trabalho infantil incluem o uso de crianças como escravas, a prostituição, a venda de drogas, o crime ou o alistamento como soldados em situações de conflito ou para outros trabalhos perigosos", observa a Unicef no relatório.

Algumas regiões do mundo são mais afetadas do que outras. Na África Subsaariana, por exemplo, 23,9% das crianças trabalham [o que representa um total de 16,6 milhões de crianças], a maior proporção de todas as regiões. Como comparação, eles são 6% na América Latina e no Caribe, 5,6% na Ásia e no Pacífico e 2,3% na Europa e na América do Norte.

O papel da escola

A luta contra o trabalho infantil está paralisada desde 2016, de acordo com a ONU. Mais de um quarto das crianças trabalhadoras com idade entre 5 e 11 anos e quase metade das crianças com idade entre 12 e 14 anos estão fora da escola.

A crise de saúde colocou as crianças em maior risco, causando um aumento da pobreza e o fechamento de escolas. No entanto, a OIT solicita medidas de apoio à renda para famílias vulneráveis e a organização de campanhas de volta às aulas, como ferramentas de combate ao trabalho infantil.

(Com informações da imprensa francesa)

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