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Lado B da tecnologia

Apple, Google e Tesla são acusadas de incentivar trabalho infantil no Congo

Tesla, Apple, Google, Dell e Microsoft foram acusadas de serem cúmplices na morte de crianças que trabalhavam em minas de cobalto na República Democrática do Congo. O cobalto, extraído com uso de trabalho infantil, é usado por essas empresas para fabricar baterias de diversos aparelhos eletrônicos.

A ONG International Rights Advocates acusa algumas das mais ricas gigantes da tecnologia de conivência com trabalho infantil
A ONG International Rights Advocates acusa algumas das mais ricas gigantes da tecnologia de conivência com trabalho infantil Michael Robinson Chavez/Getty
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Eric de Salve, correspondente da RFI em São Francisco

A ONG International Rights Advocates (IRAdvocates) entrou com um processo na Justiça Federal dos Estados Unidos em nome de 14 famílias congolesas que pedem indenização às empresas pela morte ou mutilação de seus filhos.

Na acusação, a ONG norte-americana acusa algumas das mais ricas gigantes da tecnologia de conivência com atos extremamente abusivos contra os trabalhodores de minas congolesas, de onde é extraído 60% do cobalto usado no mundo.

O mineral é usado pelas gigantes de tecnologia do Vale do Silício para fabricar baterias recarregáveis de lítio, usadas em telefones, computadores e carros elétricos.

40 mil crianças trabalham em minas congolesas

De acordo com a ONG, as crianças são obrigadas a trabalhar em condições terríveis, com o risco de mutilação e morte, por um ou dois dólares ao dia.

Após meses de investigação, a organização, que reúne advogados, militantes e pesquisadores, publicou fotos das crianças representadas no processo apresentado à Justiça norte-americana. Algumas perderam partes dos corpos ou foram desfiguradas. Seis delas morreram devido ao desmoronamento de túneis dentro das minas.

“Esta crueldade deve acabar”, afirma a organização no relatório em que alega que as empresas de tecnologia não criaram o sistema de trabalho infantil, mas lucram com sua existência.

Segundo com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a infância), em 2014 havia 40 mil crianças trabalhando nas minas de cobalto de Katanga, na República Democrática do Congo.

Ao jornal britânico The Guardian, a Apple disse ser “profundamente comprometida com o fornecimento responsável de materiais” para seus produtos e que lidera o “o setor ao estabelecer os padrões mais rigorosos para nossos fornecedores”. A empresa diz ainda que seus fornecedores de cobalto são auditos por organismos independentes.

A Dell, em resposta ao jornal britânico, afirmou nunca ter usado material produzido com “trabalho escravo, práticas de recrutamento fraudulentas ou trabalho infantil” e que qualquer fornecedor com esse tipo de práticas será retirado de sua lista.

As outras empresas não se manifestaram sobre o assunto.

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