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Kiev denuncia "absurda" versão chinesa sobre Crimeia, anexada pela Rússia em 2014

O governo ucraniano denunciou neste domingo (23) uma "versão absurda" da história da Crimeia, anexada em 2014 pela Rússia, após as polêmicas declarações do embaixador chinês na França, que questionou o pertencimento da península à Ucrânia. 

Cortejo de motocicletas comemora nono aniversário da anexação da Crimeia pela Rússia (18/03/2023).
Cortejo de motocicletas comemora nono aniversário da anexação da Crimeia pela Rússia (18/03/2023). AP
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A controvérsia surgiu após uma entrevista de Lu Shaye, embaixador da China na França, na sexta-feira para o canal de notícias francês LCI.

Questionado se a Crimeia era ucraniana, Lu respondeu: "Depende de como você encara o problema. Há uma história. A Crimeia era russa no início".

Ele argumentou que os países que emergiram como nações independentes após a queda da União Soviética em 1991 "não têm status efetivo sob o direito internacional porque não há acordo internacional confirmando seus status de nações soberanas".

Diante disso, Mykhaïlo Podoliak, assessor da presidência ucraniana, reagiu no Twitter: "É estranho ouvir uma versão absurda da história da Crimeia, de um representante de um país escrupuloso sobre sua história milenar".

"Todos os países da ex-URSS têm um claro estatuto soberano consagrado no direito internacional", acrescentou, pedindo a Lu Shaye "que não repita a propaganda russa".

Consternação francesa

Um comunicado divulgado no final do sábado pelo Ministério das Relações Exteriores da França disse que "soube com consternação das observações do embaixador".

"Cabe à China dizer se essas declarações refletem sua posição, o que esperamos que não seja o caso", acrescentou o comunicado, lembrando que a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 é "ilegal sob o direito internacional".

Embora Pequim diga que é oficialmente neutra, o presidente chinês, Xi Jinping, nunca condenou a invasão russa e nunca falou com o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, por telefone.

Xi recentemente foi a Moscou para reafirmar sua parceria com o presidente russo, Vladimir Putin, sob o disfarce de uma frente antiocidental.

(com AFP)

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