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Diretor da AIEA chega a Zaporíjia para nova visita à usina nuclear ucraniana ocupada por russos

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, chegou nesta quarta-feira (29) à usina nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada por forças russas e cuja segurança preocupa a comunidade internacional. Ele alertou para "um aumento da atividade militar" perto da central. 

Foto de arquivo mostra central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pelos russos. (24/11/22)
Foto de arquivo mostra central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pelos russos. (24/11/22) REUTERS - ALEXANDER ERMOCHENKO
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Grossi declarou que a AIEA espera que Moscou e Kiev "se entendam sobre princípios" para garantir a segurança da usina. 

Rafael Grossi deve "ver como evoluiu a situação na central nuclear de Zaporíjia, conversar com os engenheiros nucleares que a administram", anunciou no Telegram a operadora ucraniana Energoatom.

A visita coincide com os persistentes temores pela segurança da usina, a maior da Europa, localizada na região sul de Zaporíjia, frequentemente bombardeada desde o início da invasão russa.

Esta é a segunda visita de Grossi a Zaporíjia desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado. Ele pretende "avaliar em primeira mão a grave situação de segurança e proteção nuclear na instalação", segundo a AIEA.

A agência mantém uma equipe de especialistas dentro da central desde setembro de 2022, mas Grossi disse que a situação "ainda é precária".

Antes da visita, ele se encontrou na segunda-feira com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que disse que não é possível restaurar a segurança na usina enquanto a Rússia controlar o local.

"Sem a retirada imediata das forças e dos funcionários russos da usina nuclear de Zaporíjia e do território adjacente, qualquer iniciativa para restaurar a segurança e proteção nuclear está fadada ao fracasso", afirmou Zelensky a Grossi.

Ameaçada por apagões

A central precisa de um fornecimento estável de energia elétrica para garantir a segurança nuclear, mas sofreu repetidos apagões durante a guerra, o que gerou alarme entre a AIEA e a comunidade internacional.

A invasão russa causou devastação em todo o país e, apesar de mais de 13 meses de batalhas sangrentas, o chanceler da Ucrânia se mostrou desafiador na terça-feira.

"A Rússia tem que se retirar de cada metro quadrado do território ucraniano", disse o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Dmytro Kuleba, em uma sessão virtual antes da Cúpula da Democracia, que será inaugurada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, nesta quarta-feira.

Na região ucraniana de Donetsk, os combates se concentraram nos últimos meses na cidade de Bakhmut, de onde Kiev afirma que não sairá até esgotar as forças russas.

Um dos principais objetivos da invasão russa é a captura completa de Donetsk, que Moscou afirma ter anexado no ano passado, mas os combates continuam.

Moscou anunciou na terça-feira que derrubou pela primeira vez um míssil de longo alcance fornecido pelos Estados Unidos à Ucrânia.

"A defesa aérea derrubou (...) um foguete guiado GLSDB", afirmou o ministério da Defesa da Rússia em um comunicado, referindo-se ao dispositivo.

O foguete tem alcance de até 150 quilômetros, ameaçando as posições e depósitos russos longe da linha de frente.

Ataques a Melitopol

A administração russa da ocupação declarou nesta quarta-feira que Melitopol, uma das principais cidades do sul da Ucrânia sob ocupação russa, foi atingida por foguetes ucranianos, o que provocou cortes de eletricidade.

Melitopol é a capital da ocupação russa na zona da região de Zaporíjia sob seu controle, onde fica a central nuclear de mesmo nome.

No campo jurídico, os Estados Unidos apoiaram na terça-feira o tribunal internacional especial para julgar a Rússia por "crimes de agressão" contra a Ucrânia.

A União Europeia já havia defendido o tribunal, que poderia apresentar novas acusações contra o presidente russo, Vladimir Putin.

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