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Imprensa francesa avalia que apoio de Xi Jinping a Vladimir Putin é moderado

A visita de três dias do presidente chinês, Xi Jinping, a Moscou é a principal manchete internacional da imprensa francesa nesta segunda-feira (20). 

O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou neste domingo (19) a disposição da China em desempenhar um "papel construtivo" na resolução dos conflitos na Ucrânia, enquanto Pequim tenta se estabelecer como mediador entre Moscou e Kiev.
O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou neste domingo (19) a disposição da China em desempenhar um "papel construtivo" na resolução dos conflitos na Ucrânia, enquanto Pequim tenta se estabelecer como mediador entre Moscou e Kiev. via REUTERS - SPUTNIK
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Segundo o jornal Libération, para o líder chinês a nova ordem mundial passa pela Rússia. O diário econômico Les Echos diz que Xi busca se apresentar ao lado de Vladimir Putin como um mediador da paz, solidário com a Rússia no enfrentamento aos ocidentais. Mas o jornal Le Monde relativiza o apoio de Pequim a um líder russo que foi isolado pelo Ocidente no cenário geopolítico e é desafiado pela Ucrânia no terreno militar. Putin conta mais do que nunca com o "amigo" chinês, observa Le Monde, mas Xi deve sinalizar um apoio apenas moderado ao líder do Kremlin, avalia o jornal francês. 

Rússia e China irão assinar uma declaração conjunta, mas será nas entrelinhas que os analistas irão monitorar as intenções de Xi Jinping. A visita é marcada por uma série de aspectos simbólicos, como a primeira viagem do presidente chinês ao exterior depois de sua eleição para um terceiro mandato, logo depois de Putin ser visado por um mandado de prisão internacional expedido pelo Tribunal Penal Internacional devido à deportação de crianças ucranianas, um crime de guerra. Os dois líderes têm os Estados Unidos como inimigo número 1 e querem juntos representar um contrapeso ao mundo ocidental. Diplomaticamente, a capacidade da Rússia atravessar o atual período difícil em que se encontra depende bastante da China, aponta Le Monde, mas os interesses de Pequim são aumentar sua infuência global e a longo prazo. 

Enquanto a visita de Xi tem três dimensões, reforçar a amizade, a cooperação e a paz, de acordo com o governo chinês, a Ucrânia vem depois da relação bilateral com a Rússia. Por enquanto, não há sinais de que a China queira entregar armas à Rússia, dizem a maior parte dos observadores franceses.

Melhorar imagem da China

Para o Libération, depois de restabelecer relações diplomáticas com a Arábia Saudita e o Irã, em um momento em que o confronto com Washington se deteriora após a destruição dos supostos balões de espionagem chineses e as tensões persistentes com os uigures e Taiwan, Xi Jinping quer posicionar a China como uma potência responsável e capaz de mediação, "um grande país", destaca a imprensa. 

Até agora, Pequim nunca condenou a ofensiva russa na Ucrânia. Em 13 meses de conflito, Xi Jinping não teve nenhum contato com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Mas esta situação que pode mudar após a visita a Moscou.

Em artigo publicado na imprensa chinesa, Putin declarou no domingo (19) que as relações entre os dois países chegaram ao seu "ponto culminante", com relações "superiores àquelas das uniões políticas e militares dos tempos da Guerra Fria". O líder russo voltou a denunciar as tentativas da Otan de estender sua influência agora na região do Indo-Pacífico, relata o jornal Le Figaro. "Enquanto os Estados Unidos aplicam uma política de dupla dissuasão da China e da Rússia, Moscou e Pequim "trabalham para criar um sistema de segurança equilibrado, aberto, inclusivo e que não é dirigido contra terceiros, seja ao nível regional ou global", escreveu Putin. Como assinala a imensa maioria dos líderes europeus, Putin e Xi só esquecem de dizer que estão à frente de duas ditaduras.

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