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Macron diz que entrega de caças à Ucrânia não é ‘prioridade’ e cogita retirar ‘Legião de Honra’ de Putin

O presidente Emmanuel Macron declarou, na madrugada desta sexta-feira (10), que não descarta a entrega de caças à Ucrânia, mas que a prioridade neste momento é ajudar Kiev a resistir nas próximas semanas. O líder francês também considera retirar a distinção de Legião de Honra de Vladmir Putin.

O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, entrega ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de passagem por Paris durante sua segunda viagem fora da Ucrânia desde o início da invasão russa, a Grã-Cruz da Legião de Honra. Paris, 8 de fevereiro de 2023.
O chefe de Estado francês, Emmanuel Macron, entrega ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de passagem por Paris durante sua segunda viagem fora da Ucrânia desde o início da invasão russa, a Grã-Cruz da Legião de Honra. Paris, 8 de fevereiro de 2023. REUTERS - SARAH MEYSSONNIER
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“Não excluo absolutamente nada”, respondeu Emmanuel Macron, ao ser questionado se a França enviaria aeronaves de combate à Ucrânia a curto ou médio prazo. “A discussão que tivemos ontem [quarta-feira 8] com o presidente Zelensky destacou que a prioridade deve ser fazer de tudo para ajudar a resistir nas próximas semanas e realizar operações úteis nas próximas semanas e meses”, indicou o chefe de Estado.

Os países aliados devem, neste sentido, privilegiar os equipamentos "mais úteis" e "mais rápidos", explicou Macron, que se pronunciou após uma cúpula europeia organizada em Bruxelas, da qual que participou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“Sob nenhuma circunstância os aviões de combate podem ser entregues nas próximas semanas, porque há atrasos na entrega e em treinamentos indispensáveis para [conduzir] aviões que não são conhecidos pelos pilotos ucranianos”, continuou o chefe de Estado francês.

“Não excluo absolutamente [o envio de caças], mas não corresponde às necessidades de hoje”, salientou Emmanuel Macron, enfatizando que as entregas de elementos de artilharia, como a de canhões César, anunciadas no mês passado pela França, atendem mais às necessidades das forças ucranianas.

Legião de Honra

Macron também anunciou não descartar a retirada da Legião de Honra francesa, concedida por seu antecessor Jacques Chirac ao presidente russo, Vladimir Putin, em 2006, explicando que queria escolher "o momento certo para fazer isso".

Na noite de quarta-feira, o chefe de Estado entregou a Volodymyr Zelensky, de passagem por Paris durante sua segunda viagem fora da Ucrânia desde o início da invasão russa, a Grã-Cruz da Legião de Honra. Esta é a mais alta distinção que um presidente francês pode conceder a outro líder de um país.

Questionado pela imprensa nesta madrugada, após a cúpula em Bruxelas, Macron explicou que esta distinção foi "um elemento de justiça e reconhecimento do nosso país" ao presidente ucraniano.

A cerimônia informal de entrega da Legião de Honra a Volodymyr Zelensky no Palácio do Eliseu, no entanto, reavivou as demandas daqueles que exigem que a França retire essa distinção de Vladimir Putin.

“O momento certo”

Em 2006, Jacques Chirac presenteou o presidente russo com a Grã-Cruz da Legião de Honra. Esta decisão levantou imediatamente controvérsias. A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) havia tentado insistentemente privar o chefe do Kremlin desta distinção em um tribunal, em vão.

Evocando uma "questão simbólica, mas importante", o presidente Macron afirmou que "não descarto nada (...) mas não é uma decisão que tomei hoje". Essas decisões “são sempre significativas e acho que é preciso avaliar o momento certo para tomá-las”.

(Com informações da Reuters e da AFP)

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