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Covid na China: trabalhadores da maior fábrica de iPhones do mundo protestam contra confinamento forçado

Cresce a tensão na maior fábrica de iPhones e produtos eletrônicos do mundo, localizada em Zhengzhou, no centro da China. Vídeos postados em redes sociais nesta quarta-feira (23) mostram piquetes de trabalhadores com cartazes exigindo direitos.

Sede da Foxconn, em Taipé, Taiwan, empresa proprietária do complexo que fabrica iPhones em Zhengzhou, na China. (31/10/2022).
Sede da Foxconn, em Taipé, Taiwan, empresa proprietária do complexo que fabrica iPhones em Zhengzhou, na China. (31/10/2022). © Carlos Garcia Rawlins, Reuters
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A principal terceirizada da Apple registrou um aumento nos casos de Covid-19 em sua fábrica de Zhengzhou nos últimos meses e decidiu fechar o vasto complexo industrial para conter o vírus no início do mês.

O complexo industrial costuma empregar cerca de 200 mil pessoas, a maioria acomodada em dormitórios no local. Quando o confinamento foi anunciado, há quase um mês, alguns trabalhadores fugiram do local em pânico, até mesmo a pé, diante da perspectiva de ficar em circuito fechado nessa fábrica gigantesca por um prazo indefinido.

Trabalhadores da Foxconn, em Zhengzhou, tentam fugir do confinamento obrigatório por causa da Covid-19 na maior fábrica de iPhones do mundo, em 29/10/22.
Trabalhadores da Foxconn, em Zhengzhou, tentam fugir do confinamento obrigatório por causa da Covid-19 na maior fábrica de iPhones do mundo, em 29/10/22. AP - Hangpai Xingyang

Em troca dessas duras condições de trabalho, a Foxconn disse que recrutaria novos funcionários e pagaria gratificações aos trabalhadores, mas os recém-empregados dizem não ter recebido nada até agora e iniciaram um movimento de protesto no fim de semana.

Cenas de confronto

Em vídeos postados nas redes sociais Weibo e Twitter, trabalhadores caminham dentro da fábrica carregando cartazes em defesa de seus direitos ou em uma rodovia em plena luz do dia. Algumas imagens mostram enfrentamentos com pessoas vestidas com roupas brancas de proteção contra a Covid-19 e tropas de choque, que lançam bombas de gás lacrimogênio para dispersar os manifestantes. 

Em outra gravação ao vivo, dezenas de trabalhadores são vistos em confronto com policiais à noite, gritando: "Vamos defender nossos direitos, vamos defender nossos direitos!". Uma foto tirada durante o dia mostra os restos carbonizados de uma porta, aparentemente queimada à noite.

A hashtag do Weibo "Distúrbios na Foxconn" parece ter sido censurada ao meio-dia desta quarta-feira, embora algumas postagens referentes a esses protestos tenham permanecido online.

A Foxconn reconheceu os incidentes de violência dentro da fábrica e declarou que está em contato com os trabalhadores e o governo chinês, que insiste na política de Zero Covid.

A Foxconn é o maior empregador privado da China, com um milhão de pessoas trabalhando em 30 fábricas e institutos de pesquisa espalhados por todo o país.

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