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Tailândia quer endurecer acesso a porte de armas após massacre em creche

Depois do ataque a uma creche que deixou mais de 30 mortos, entre eles, várias crianças, a Tailândia quer endurecer as condições para que cidadãos obtenham a licença de porte de armas de fogo. Entre as medidas estudadas está a exigência de um controle feito a cada três a cinco anos, indicou nesta quarta-feira (12) o ministro do Interior.

O ataque na creche em Na Klang, na província de Nong Bua Lamphu, no norte da Tailândia (foto), levou o governo a estudar medidas para dificultar o acesso ao porte de armas no país.
O ataque na creche em Na Klang, na província de Nong Bua Lamphu, no norte da Tailândia (foto), levou o governo a estudar medidas para dificultar o acesso ao porte de armas no país. © Sipa/AP
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"Para quem já tem o porte de arma, haverá uma verificação a cada três a cinco anos", um exame que não existia até então, declarou o ministro do Interior, Anupong Paojindao, em entrevista coletiva em Bangkok. "Porque o tempo muda, as pessoas mudam", acrescentou.

A medida é discutida depois que um homem armado com um rifle – obtido legalmente – e uma faca, matou 36 pessoas, incluindo 24 crianças, no ataque a uma creche na província de Nong Bua Lamphu (norte), na quinta-feira (6).

O autor do massacre, identificado como Panya Khamrab, um ex-policial de 34 anos, entrou na creche por volta das 12h30 do local (2h30 pelo horário de Brasília), no momento em que as crianças almoçavam. Imagens que circulam nas redes sociais mostram os corpos ensanguentados das vítimas no chão.

15% dos tailandeses têm arma

O massacre provocou um debate sobre armas de fogo no país do Sudeste Asiático, onde cerca de 15% da população possuíam pelo menos uma arma, de acordo com dados de 2017 compilados pela Universidade de Sydney.

O perfil do agressor da chacina na creche, demitido da polícia por problemas com uso de drogas, levantou questionamentos sobre a saúde mental dos proprietários de armas. "Nossa nova certificação incluirá relatórios de saúde mental e consideraremos a necessidade atestados médicos", prometeu Anupong Paojinda. “Por exemplo, se um funcionário quiser possuir uma arma, os seus superiores terão de certificar que esse indivíduo não teve problemas com álcool ou de mau comportamento”, continuou o ministro.

Na Tailândia, quem deseja obter a licença para portar armas já está sujeito a uma verificação de antecedentes criminais, devendo justificar o motivo do seu pedido, como caça ou legítima defesa.

Com as mudanças, o governo também espera incentivar os detentores de armas ilegais a devolvê-las às autoridades, isentando-os de possíveis sanções. Mais detalhes devem ser anunciados sobre essa medida.

Anupong Paojinda acrescentou que o Ministério trabalhará com os departamentos de saúde para melhorar o monitoramento de questões relacionadas ao uso de drogas, incluindo encorajar as pessoas que sofrem de dependência a buscarem tratamento.

(Com informações da AFP)

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