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Irã: relatório de legista isenta polícia e afirma que Mahsa Amini morreu de doença cerebral

A morte da jovem Mahsa Amini durante a sua detenção pela polícia moral do Irã está relacionada a uma doença cerebral e não foi causada por espancamentos, de acordo com um relatório médico divulgado pelas autoridades iranianas, nesta sexta-feira (7).

Uma mulher segura um cartaz com a foto da iraniana Mahsa Amini, em manifestação contra a morte da jovem, em Istambul, Turquia, domingo, 2 de outubro de 2022. Milhares de iranianos foram às ruas nas últimas semanas para protestar contra o morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que havia sido detida pela polícia de costumes do Irã, na capital Teerã, por supostamente não aderir ao rígido código de vestimenta islâmico do país. (Foto AP/Emrah Gurel)
Uma mulher segura um cartaz com a foto da iraniana Mahsa Amini, em manifestação contra a morte da jovem, em Istambul, Turquia, domingo, 2 de outubro de 2022. Milhares de iranianos foram às ruas nas últimas semanas para protestar contra o morte de Mahsa Amini, de 22 anos, que havia sido detida pela polícia de costumes do Irã, na capital Teerã, por supostamente não aderir ao rígido código de vestimenta islâmico do país. (Foto AP/Emrah Gurel) AP - Emrah Gurel
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O médico legista que autopsiou o corpo de Mahsa Amini, 22 anos, concluiu que ela não sucumbiu a pancadas na cabeça e órgãos vitais, mas à "falência de vários de seus órgãos causados ​​por hipóxia cerebral”, segundo a agência de notícias oficial Irna.

De acordo com o relatório, "a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, não foi causada por um golpe na cabeça ou corpo", embora o pai da vítima tenha dito que ela apresentava hematomas nas pernas, responsabilizando a polícia por sua morte.

O relatório oficial afirma que a jovem caiu quando estava detida e perdeu a consciência devido a "doenças subjacentes". "Devido à ineficiência da reanimação cardiorrespiratória nos primeiros minutos decisivos, ela sofreu de hipóxia grave que causaram lesões cerebrais", atesta o legista. A hipóxia cerebral ocorre quando falta oxigênio no cérebro e causa danos irreversíveis.

Protestos continuam pelo mundo

Apesar da repressão, que vem ocorrendo há quase três semanas, a população iraniana continua desafiando o regime e apontando o uso obrigatório do véu para as mulheres como um símbolo de opressão.

O Irã tem sido palco de protestos desde que a iraniana Mahsa Amini morreu, após ter sido presa e acusada de violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica para as mulheres. O caso provocou uma onda de manifestações de solidariedade às mulheres iranianas em todo o mundo.

Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortos durante os protestos. Os atos são descritos como "motins" pelas autoridades iranianas, e centenas de pessoas foram presas. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, acusa os Estados Unidos e Israel de fomentarem os movimentos de protesto. 

Na França, cerca de 50 atrizes e cantoras estão se mobilizando através de um vídeo no Instagram, no qual aparecem cortando o cabelo em apoio às mulheres iranianas, ao som da famosa música italiana de revolta "Bella Ciao", em versão persa.

(Com informações da AFP)

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