Irã: relatório de legista isenta polícia e afirma que Mahsa Amini morreu de doença cerebral
A morte da jovem Mahsa Amini durante a sua detenção pela polícia moral do Irã está relacionada a uma doença cerebral e não foi causada por espancamentos, de acordo com um relatório médico divulgado pelas autoridades iranianas, nesta sexta-feira (7).
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O médico legista que autopsiou o corpo de Mahsa Amini, 22 anos, concluiu que ela não sucumbiu a pancadas na cabeça e órgãos vitais, mas à "falência de vários de seus órgãos causados por hipóxia cerebral”, segundo a agência de notícias oficial Irna.
De acordo com o relatório, "a morte de Mahsa Amini, em 16 de setembro, não foi causada por um golpe na cabeça ou corpo", embora o pai da vítima tenha dito que ela apresentava hematomas nas pernas, responsabilizando a polícia por sua morte.
O relatório oficial afirma que a jovem caiu quando estava detida e perdeu a consciência devido a "doenças subjacentes". "Devido à ineficiência da reanimação cardiorrespiratória nos primeiros minutos decisivos, ela sofreu de hipóxia grave que causaram lesões cerebrais", atesta o legista. A hipóxia cerebral ocorre quando falta oxigênio no cérebro e causa danos irreversíveis.
Protestos continuam pelo mundo
Apesar da repressão, que vem ocorrendo há quase três semanas, a população iraniana continua desafiando o regime e apontando o uso obrigatório do véu para as mulheres como um símbolo de opressão.
O Irã tem sido palco de protestos desde que a iraniana Mahsa Amini morreu, após ter sido presa e acusada de violar o rígido código de vestimenta da República Islâmica para as mulheres. O caso provocou uma onda de manifestações de solidariedade às mulheres iranianas em todo o mundo.
Dezenas de pessoas, principalmente manifestantes, mas também membros das forças de segurança, foram mortos durante os protestos. Os atos são descritos como "motins" pelas autoridades iranianas, e centenas de pessoas foram presas. O líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, acusa os Estados Unidos e Israel de fomentarem os movimentos de protesto.
Na França, cerca de 50 atrizes e cantoras estão se mobilizando através de um vídeo no Instagram, no qual aparecem cortando o cabelo em apoio às mulheres iranianas, ao som da famosa música italiana de revolta "Bella Ciao", em versão persa.
(Com informações da AFP)
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